imagem por Erika Wittlieb em www.pixabay.com |
E desse modo, até agora eu deixei de lado as ocupações das escolas,
por entender que muitas vozes coerentes já se manifestaram contra elas.
Mas, não me contive e tenho que me manifestar. Essas asneiras todas que tem ocupado o
plenário do nosso parlamento e essa vocação para defender baderneiros, estão me
deixando irritado.
Em primeiro lugar, é preciso lembrar que a Dilma – que Deus
a tenha – em uma de suas pataquadas forjou o lema Pátria Educadora para, em
seguida, cortar a verba da educação, conforme foi amplamente noticiado no final
do ano passado. E eu não me lembro de
ter visto nem ouvido nenhuma invasão de escola para protestar.
E agora a grita é contra um Projeto de Emenda
Constitucional, que eu duvido que 1% dos defensores do nosso sistema
educacional sequer tenham lido. E se
leram, duvido que tenham entendido, já que nossas escolas se especializaram em
formar analfabetos funcionais.
O ponto é que não há um mínimo de lógica em invadir escolas –
sim! Invadir e não ocupar – querendo com isso defender o que quer que seja para
melhorar o nosso sistema de ensino. Educação
se melhora com aulas e não com a ausência delas.
Por que não invadir hospitais para melhorar a saúde pública?
Levando esse raciocínio torto às últimas consequências, então
porque não invadir hospitais para melhorar a saúde pública? Aliás, tenho uma ideia: Esse pessoal também
reclama muito do nosso sistema carcerário. Que tal invadir uns presídios e se
trancar por lá? Seria ótimo, não seria?
Há também a questão dos direitos e responsabilidades dos
invasores. Esses pseudo intelectuais que defendem que uma minoria baderneira tem o
direito de cooptar uns descerebrados de 15 ou 16 anos para fazer o trabalho
sujo de tomar prédios públicos e impedir as aulas, deveria também assumir que
então a molecada tem idade para assumir qualquer tipo de responsabilidade,
inclusive criminal, e portanto são plenamente a favor da redução da maioridade.
Ou não? Daí não vale? Ou estão agindo como bandidos que são e
usando a molecada como escudo?
Fazer com que nossos jovens fossem mal formados era parte da
estratégia da nossa inteligentzia ao longo das últimas décadas. O trabalho foi razoavelmente bem feito uma
vez que temos pelo menos duas gerações perdidas, e consequentemente mais
algumas décadas até a recuperação.
Mas, felizmente parece que o Brasil está reagindo.
Eu acho que está mais do que na hora dos alunos de verdade e seus pais, se mobilizarem para fazer valer o direito às aulas.
Ainda há tempo para boas notícias.
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