O nome "Gran Circo" exprime bem a maneira como penso.
Aparentemente caótico, mas muito planejado, às vezes irônico mas sobretudo divertido.
Não esperem só palhaçadas.
Críticas e manifestações humanas em geral terão lugar garantido no picadeiro.

Agora vamos ver como os domadores e palhaços que moram entre as minhas orelhas irão se comportar!



25 janeiro 2017

A vida é mesmo como um Jogo de paciência?

photo by Carlos Paes in www.freeimages.com
Há muito que tenho cultivado a imagem que a vida é como um jogo de paciência, em qualquer das suas inúmeras versões.
O virar de uma carta (evento aleatório) interfere na sequência como todas as cartas já conhecidas e devidamente posicionadas serão rearranjadas, e muitas vezes ocorrem situações irremediáveis e não conseguimos levar o jogo até o final.  Tal como na vida, dependendo de qual o nível de dificuldade que se tenha imposto, as probabilidades de terminar o jogo com sucesso podem ir de 90% até 20% ou ainda menos.
Isso tem a ver com decisões, desafios, e recompensas. E de novo, tal como na vida, tem a ver com o valor que atribuímos a cada uma dessas coisas.

De uma conversa pela manhã, em que eu e minha esposa conversávamos sobre os "E se" da vida: E se eu me graduasse em medicina?, ou em direito?, E se eu tivesse migrado para o departamento de manutenção?, e se eu não tivesse me demitido do emprego?, E se eu tivesse insistido mais nos negócios do meu pai?, e se eu tivesse ido trabalhar em Manaus, E se eu me graduasse no ITA?  E brincávamos sobre os impensáveis cenários atuais resultantes dessas opções.

Em seguida li uma postagem da minha nora com "lembranças" no facebook, justamente falando de suas decisões, e surgiu-me a ideia de fazer uma pequena postagem sobre o assunto.

As decisões que tomamos são libertadoras (comentário de outra pessoa na mesma postagem).  Ao que eu acrescentei que as decisões que tomamos fazem a nossa história.  Uma única história!

Entretanto, as decisões que poderíamos ter tomado fariam infinitas diferentes histórias cujos resultados jamais saberemos. Compõem uma infinita sucessão de "Se".  Considerando que eu não creio em universos paralelos, não vale a pena sequer pensar em quais seriam os resultados das outras histórias porque elas nunca aconteceram.

A vida só conta a partir das decisões tomadas.

Assim sendo...   'mbora decidir!

E você concorda ou discorda?

Ah! Se você gostou  desse texto, creio que gostará de ler também sobre as lições do vaso quebrado:

http://circodasideias.blogspot.com/2014/07/o-vaso-quebrado-e-suas-licoes.html

2 comentários:

Eliana disse...

A analogia entre um jogo de cartas e a vida é interessante. Mas, assim como nas cartas é necessário ficar atento ao coringa...às vezes por falta de observação e paciência perdemos a chance de usá-lo. Muitos de nós acreditamos que temos o jogo certo nas mãos, e por excesso de confiança perdemos. Quanto a "SE" concordo com suas colocações...se num jogo de cartas real, ao final do jogo, perdendo ou ganhando não há lugar para o "SE", na vida menos ainda.
Hoje, por acaso, a poesia que postei nos faz refletir sobre isso...


Que temos uma vida que é vivida e outra que é pensada

A vida que a gente tem é a que tem que pensar

Valter Marcelo da Silva Mello disse...

Obrigado pelos seus comentários.
Permita-me colar aqui a poesia do Mestre Fernando Pessoa, que você menciona, para contextualizar.

"Tenho Tanto Sentimento
Tenho tanto sentimento
Que é frequente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheço, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que não senti afinal.
Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.
Qual porém é a verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar."
Fernando Pessoa, in "Cancioneiro