Ivan Proles - www.freeimages.com |
Epstein
Ainda não sou um professor à
altura dos meus mestres, quiçá consiga sê-lo um dia.
Mas não poderia homenagear
os meus colegas de docência, sem citar aqueles que me indicaram o caminho para
tudo o que tenho conseguido profissionalmente, e de volta à sala de aula como
professor.
Embora saiba que nessa lista
estarei com certeza, cometendo injustiças, senão por esquecimento mas para
manter o texto curto, vão aqui algumas homenagens:
Flora Benatti, minha
professora do 1º ano primário, que mostrou-me a descoberta do mundo e o valor
da persistência através de um presente, um livro contando as aventuras de
Fernão de Magalhães, que movimentou minha imaginação por anos e despertou o meu
prazer pela leitura.
Meu padrinho Carlos Pires,
tipógrafo, que ao me ensinar a arte da encadernação, trouxe junto a paixão pela
preservação de livros duramente garimpados no sebo da única feira livre de
então.
Prof. Niquinho, que me
iniciou nos conhecimentos musicais, nunca esquecidos e até hoje desenvolvidos
como hobby na minha prática do sax.
Jorge Arce meu primeiro
gerente na Philips, que quando não entendia algo de minhas explicações sempre
me dizia: Valter, explique-me como se eu tivesse 4 anos.
Meu pai, um estranho cruzamento de Geppetto, Prof.
Pardal, Dr. Brown (De volta ao futuro), com algumas pitadas de Mandrake; homem
que com apenas 6 meses de ensino formal tornou-se um carpinteiro náutico, um
esportista que construía suas próprias bicicletas de corrida, mestre pedreiro, técnico
em eletrônica, rádio-amador e construtor de seus próprios aparelhos de
telecomunicação.
Claro que minha mãe não podia ficar de fora com os seus
ensinamentos de como fazer dez coisas ao mesmo tempo, economizar em onze, e
ainda ter tempo para multiplicar todo o seu amor e carinho pelos filhos e
sobrinhos.
Prof. Rodolpho Mehlmann, Importante educador mogiano,
chefe escoteiro, líder religioso e cidadão exemplar, homenageado com vários
títulos honorários e patrono da escola que leva seu nome. Foi o cara que me
despertou para o aeromodelismo, fotografia, marchetaria, marcenaria, pintura em
tecido, além de outras técnicas manuais e industriais.
Prof. Sardinha. Sob
sua influência, formamos um clube de ciências, cujos jalecos envergávamos
orgulhosamente trazendo no bolso o símbolo de um átomo com o nome “Inicial
clube de ciências”. O objetivo oficial era a prática de laboratório, mas nos
inocentes anos 60 nossa missão secreta era o lançamento de foguetes num “campo
de provas” nos fundos da escola.
Prof. Felix, um espanhol de sotaque difícil e
personalidade ainda pior, mas com um coração de ouro. Me trouxe a paixão pelo
chão de fábrica e pela racionalização de métodos, cronoanálise, e ganho de
qualidade no relacionamento com os operários.
A lista ainda iria longe não só explorando mais
qualidades dos citados, como das dúzias de outros que foram tão importantes
quanto. E nem me atrevi a falar do quanto eu tenho aprendido com a prática dos
meus colegas de sala de aula a quem rendo as minhas homenagens pelo dia de
hoje.
Feliz dia dos professores!
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