Meus amigos!
Mais um ciclo está se fechando e, de novo, estamos às voltas
com confraternizações, com abraços de amizades eternas, com sorrisos fartos, com
desejos de um novo ano pleno de bênçãos, felicidades, saúde, e tudo aquilo que
é bonitinho de se dizer nessas ocasiões.
É também a hora de enfrentar serviços ruins,
congestionamentos, filas, atendentes mal humorados; mas em nome da
confraternização, em nome do natal (esse com letra minúscula), do reveillon, e
do consumo desenfreado, anda valendo tudo.
Entretanto, eu acho que nenhum de nós pode negar que este
foi um ano duro. Eu diria mesmo, duríssimo!
E quanto mais a turma de Brasília abre a boca, mais me faz crer que o
próximo não será diferente!
Por mais que os artistas do picadeiro brasiliense tenham
tentado nos convencer a rir sob uma lona cor de rosa e azul anil, todas as
piadas foram de extremo mau gosto, os figurinos muito mal talhados, a maquiagem
horrenda desfigurou até os que têm cara de bonzinhos, e eu vi não só as
crianças, mas também muitos adultos, e até aquela velha posuda a Dona
República, chorando de medo dos palhaços.
Nesse circo de horrores em que os furos da lona são de balas
perdidas, fomos nós que andamos na corda bamba, e equilibramos como
malabaristas chineses, os pratos e as bolas de nossos empregos e das contas a
pagar.
Muitos pratos se quebraram, muitos caíram da corda bamba e
os trapezistas descobriram horrorizados, que a rede de proteção é uma farsa. Mesmo
aqueles da claque de aplausos e risos falsos foram atingidos pela atiradora de
facas. Pra piorar, ela que também faz
mágica, e seu coelho, não combinaram os truques que obviamente deram errado.
Ao invés de animais amestrados (o que já seria triste), o
que vimos foram ratazanas famintas querendo a sua parte no butim.
Nunca antes nesse país vimos tanta empulhação e tão pouca
governança. E ninguém para nos defender: Dona Ética já não conta. Essa dama que
ao contrário de Deus, não me parece que seja brasileira, tampouco me parece ser
uma senhora lá muito séria, dado o modo como os nossos políticos a tratam aqui
pela terrae brasilis. E a Dona Justiça? Que é tratada como uma prostituta e
bolinada diuturnamente pelos supremos magistrados “cumpanheros”! A Dona Constituição está desacreditada. Estamos
sós!
Não há o que comemorar, mas nem tudo é pessimismo. Refletir
sobre isso também tem o condão de nos fazer melhores, e é essa a parte da
mensagem que a torna mais interessante.
O novo ano e o novo Brasil terão que ser feitos por nós, sem
tutelas e sem salvadores da Pátria. Apenas com o nosso esforço, nossa
criatividade, e a nossa solidariedade.
Sozinhos nós temos condições de fazer um Brasil melhor. Veja
por exemplo os cientistas da FioCruz de Pernambuco, que deixando de lado a
falta de condições para a pesquisa, descobriram a associação entre o Zika vírus
e a microcefalia.
E o que dizer da mobilização do Brasil todo para mitigar a
tragédia de Mariana e outras tragédias cotidianas?
Dos médicos dos hospitais sem recursos? Dos professores sem
sala de aula? Dos policiais nos fronts da nossa guerra civil não declarada?
Bons exemplos de cidadãos anônimos não faltam!
Acabei de conhecer o trabalho da Iara e do Eduardo do Caçadores de Bons Exemplos,
que em 59 meses viajando pelo Brasil catalogaram 1279 exemplos de solidariedade,
sob a forma de gente que faz a diferença para seus semelhantes. E quantos outros não existem por aí nesse
trabalho de formiguinha?
Portanto meus amigos e amigas, independente de suas cores
políticas ou religiosas, que tal pensarmos em dar a nossa contribuição para a
reconstrução dessa terra tão sofrida.
Sugiro algumas reflexões (leia em qualquer ordem):
- Informe-se e seja crítico. Leia diversas fontes; dê menos importância às manchetes, olhe as motivações por trás das notícias. Não concorde só por concordar;
- Aprenda que a vida não é feita só de BBBs, futebol, carnaval, e lastimáveis programas de TV;
- Em 2016 trabalhe e produza em todas as horas pelas quais você é pago. Aliás, faça um pouco mais do que simplesmente aquilo pelo qual lhe pagam;
- Pense um pouco mais no outro em todas as suas atitudes; Pratique a tolerância;
- Pratique urbanidade, aquelas coisas simples como jogar lixo no lixo, não furar fila, não parar em vagas especiais, dar prioridade aos pedestres, ceder o lugar para quem precisa mais do que você; enfim aquelas coisas que tanto gostamos de elogiar nas atitudes dos estrangeiros;
- No dicionário Dever vem antes de Direito. Que tal praticar isso na vida?
- Pratique exercícios físicos;
- Cuide da saúde;
- Ria mais!
- Ensine uma coisa nova para alguém.

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