|
ilustração por Valter Mello sobre imagens de www.pixabay.com |
Somos um país adernado à esquerda – bombordo na linguagem
náutica, que curiosamente é o lado do navio sinalizado com uma lanterna de cor
vermelha.
Adernado porque não temos uma contraparte à direita que
consiga aprumar o nosso barco, e um
barco adernado é um barco instável. Para
seguir em frente, teria que contar com um capitão extremamente competente que
não se intimidasse de se livrar da carga concentrada que está deixando o barco
ingovernável, mas o que temos visto é que não só os capitães mas também os seus
assessores continuam olhando à esquerda ao invés de para frente.
O problema disso é que quanto mais o barco aderna, mais a
carga corre para o lado que o fará soçobrar, e a correção terá que vir da
extrema direita. É isso o que queremos?
A maior parte dessa carga adernante é de lixo orgânico que
veio se acumulando em nosso país desde tempos imemoriais. Os miasmas desse lixo
continuam contaminando as pessoas com uma doença que se manifesta sob a forma
de coitadismos, segregacionismos irracionais, vitimismos, síndromes de
vira-latas, e outros sintomas como o desejo incontrolável por direitos e o asco
exagerado aos deveres.
Nossa legislação não ajuda o Brasil
Essas deturpações, que se tornaram quase naturais, se
manifestam através da falta de civilidade e do individualismo torto dos
brasileiros, e da complacência com a corrupção.
Foram sendo justificadas através de leis inúteis,
contraditórias, culminando com uma constituição prolixa e confusa, mas continuam
se disseminando. Tudo isso misturado virou um paraíso para os ratos
exploradores de brechas na legislação, um prato cheio para os zumbis exploradores
da ignorância, e para os “salvadores da pátria” que de salvadores nada tem.
Vemos reflexos dessa doença todos os dias: Virou moda a
crítica às empresas e ao lucro como se fossem coisas do demônio, virou moda que
a mídia (com pouquíssimas exceções) teça
notícias distorcidas desde que siga a cartilha das esquerdas e das supostas
minorias. Por exemplo criticando ações duras das forças de segurança ainda que
em favor do bem comum.
Virou moda exigir direitos pelo simples desejo de algumas minorias
“espertas” de que algo que lhes seja conveniente passe a ser considerado um
direito. Virou moda crucificar qualquer
opinião contrária a esse senso comum. É
quase um crime expressar ideias liberais ou mais ou menos conservadoras,
qualquer que seja o grau.
Recentemente, em um treinamento do qual participei, houve
uma dinâmica em que os grupos deveriam decidir pelas ações a tomar com um
empregado do setor de segurança, que foi pego furtando a empresa; que confessou
o crime mas alegou que praticava o delito porque precisava custear um
tratamento de saúde para sua mãe querida.
O resultado foi uma imagem do Brasil.
Dos cinco grupos, apenas um decidiu pela demissão do
empregado por justa causa, justificando que as decisões da empresa devem ser
impessoais, e o que importa é o fato em si.
Todos os demais, em maior ou menor grau, relativizaram a
gravidade do ato praticado pelo empregado (ainda que fosse ele um dos responsáveis
pela segurança), alegando a função social da empresa, o fato de que a doença da
mãe seria uma atenuante, que a empresa era a culpada pelo ato do infrator por
não ter lhe dado condições de pedir auxílio (pura interpretação já que isso não
estava no texto do caso), e outras motivações que na minha opinião, acabariam
por passar aos demais empregados a noção de que os fins justificam os meios.
Isso foi só um exemplo de como as coisas são decididas por aqui.
Com base na emoção, nas lágrimas, no canto doce da sereia, ou por medo das
chamas do inferno.
Como evitar o naufrágio?
Precisamos aprender urgentemente a nos ater aos fatos e não
julgar pelas aparências ou conveniências.
Reduzir as infrações procurando o lado “social” do crime, só
nos leva a tomar decisões erradas.
Na minha opinião, isso não é diferente do velhíssimo
“estupra mas não mata”, e da fala dos nossos famigerados defensores dos
direitos humanos, que via de regra culpam as vítimas.
Há muito o que fazer pelo Brasil. Há muito o que fazer para
a melhoria dos nossos indicadores sociais. Entretanto, situações anormais
exigem ações anormais. E rápidas.
Falta pouco para o Brasil fazer água e soçobrar de vez. Muita
culpa por isso será devida aos nossos “intelequituais” que só conseguem ver a
água do naufrágio cada vez mais próxima e ouvir através dela o canto fúnebre
vindo dos cadáveres das sereias socialistas.
A situação é crítica, ou a gente muda nosso modo de pensar ou não haverá
botes salva-vidas para todos.
Lembrem-se do que disse John F. Kennedy: “Não pergunte o que
o seu país pode fazer por você. Pergunte-se o que você pode fazer pelo seu
país”. E o Kennedy era um democrata, o
que significa que era teoricamente de esquerda.
Quanta distância do pensamento da esquerda subdesenvolvida que temos por
aqui, hein?