Há muito tempo atrás, ainda na minha adolescência, eu li um frase que dizia que o relógio e o semáforo são os sustentáculos da civilização ocidental.  Atualmente eu acrescentaria o celular, o telemarketing (blerghhhh) e a pizza delivery, mas não sei se a palavra certa seria “sustentáculos” . Isso deve ser assunto pra uma outra blogada!
Vocês já contaram quantos minutos vocês perdem na vida por culpa das paradas nos semáforos - faróis pros paulistanos?  Fazem uma idéia do custo do desgaste pelo anda e para nos seus carros e do custo do seu tempo perdido? E não bastasse os malditos iluminados ainda tem as lombadas físicas e eletrônicas, e os milhares de buracos pra encher o nosso saco. 
Por sentir que, por causa dos semáforos, estou perdendo muito tempo no trânsito e com ele a minha sanidade fui à campo pesquisar sobre o assunto:
O primeiro semáforo rodoviário de que se tem notícia foi implantado em 1868 em Londres, em frente ao Palácio de Westminster. Usava lâmpadas a gás e explodiu depois de um ano ferindo o policial que o operava.  O acidente resultou no primeiro congestionamento de Londres. Dizem que o tráfego ficou lento por vários dias e houve Lordes que tiveram de ir à pé pra casa!
43 anos depois, em 1912, a cidade de Salt Lake inaugurava o seu primeiro semáforo elétrico e apenas 5 anos depois, portanto em 1917, a cidade implantou a primeira seqüência de 6 semáforos interligados.
Depois disso a tecnologia progrediu bastante. Pelo menos desde a década de 70 do século passado - lá se vão quase 40 anos, já existem sistemas inteligentes que medem a fila de carros em cada ramo do fluxo para comandar o tempo de abertura e fechamento dos semáforos.
Catiuspa!  Estamos em 2007, portanto faz 90 anos que se utilizou semáforos interligados pela primeira vez, mais de 30 anos que estão automatizados, e aqui na minha cidade parece que as mudanças verde-vermelho  continuam a ser comandadas por um mecanismo de relojoaria (quiçá eletro-magnético).  Como robôs vigilantes, os semáforos ficam pendurados nas esquinas piscando idióticamente suas luzes vermelha, amarela e verde por toda a eternidade – ou pelo menos até a próxima chuva.
Minha cidade não é muito grande. Tem cerca de 400.000 habitantes e eu consigo atravessá-la de carro em cerca de 20 minutos, ou melhor, conseguiria se pegasse algum sinal verde no meu caminho.
Considerando que o tempo do amarelo é insignificante, e que eu trafego na maioria das vezes em ruas de tráfego principal, a velha e boa estatística me diz que seria razoável que no mínimo eu pegasse 50% dos sinais abertos para mim.
Só que já houve dias em que peguei 73,7% dos semáforos fechados. Isso já é sacanagem! Ou estou sendo vítima de alguma experiência extra-terrestre.
Eu nunca tive nenhum lapso de tempo daqueles em que a gente não sabe o que aconteceu!
Também não acredito em discos voadores!
Acho um saco as teorias conspiratórias!
Pra falar a verdade até me acho bem céptico!
Mas contrariando tudo isso eu acho que fui abduzido e implantaram na minha nuca um chip que comanda os semáforos para que fiquem vermelho tão logo eu me aproxime da esquina.
É impressionante!  Eu vou me inscrever no Guinness de records como o homem que mais pega sinal vermelho no planeta.
Em alguns momentos olho para as ruas transversais e não vem nem um carrinho de pipoca para atravessar o cruzamento. Mas como eu pertenço àquela minoria razoavelmente civilizada que respeita os sinais de trânsito, eu fico lá parado feito um tonto, com os olhos vermelhos do monstro lá em cima, olhando perversamente pra minha cara.
Eu acho impressionante que quando estou percorrendo avenidas de mão única e grande fluxo, eu paro no primeiro sinal vermelho, espero abrir, e já na segunda esquina tenho que parar novamente porque fechou de novo para mim.  E isso se repete dia após dia. Estou ficando solitário. Ninguém quer sair de carro comigo!
Numa única avenida daqui, arriscando uma multa por excesso de velocidade é possível surfar numa onda verde.  Quando abrir o primeiro sinal é só acelerar o carro e manter uma velocidade constante de 60km/h que dá pra ir até o final da avenida sem pegar nenhum vermelho – eu já testei e funcionou. Mas é claro que só é possível de madrugada ou em fins de semana porque em dias normais a gente não consegue nem 40km/h por conta da intensidade de tráfego. 
Eu tinha uma teoria: que as ondas cerebrais induzidas pelo chip alienígena só funcionam em velocidades menores que 60km/h, depois achei que talvez o chip não funcionasse nos finais de semana, mas acabei caindo na real: Pensando bem, acho que não sou eu que tenho implantado um chip fechador de semáforo.
O que está faltando são uns chips Tico e Teco na cabeça de quem planeja o trânsito na cidade.
17 janeiro 2007
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