Esta é uma postagem com atraso, afinal a gincana do Colégio Objetivo já acabou há 2 fins de semana. No entanto, embora atrasado eu não poderia deixar de fazer este comentário.
Nestes últimos 2 anos eu tenho participado fazendo cenários para algumas coreografias dando suporte não só as idéias mirabolantes da coreógrafa (campeã!!!!)que é minha filha, mas também porque acho legal participar do evento por acreditar na sua importância para a formação da molecada.
O evento do Objetivo é legal pela forma como é feito congraçando toda a escola em 3 equipes que se esforçam durante um mês para levar à cabo as tarefas que envolvem planejamento, resolução de conflitos, busca de patrocínio, administração dos recursos e do tempo, tudo isso em busca de conquistar o primeiro lugar.
Mas nem só de brincadeiras vive a gincana. Cabos de guerra, guerra de água, patins e pular corda são atividades lúdicas que despertam a garra da molecada, mas tarefas de coleta de alimentos não perecíveis e roupas ganham destaque na pontuação porque faz mais pontos a equipe que mais toneladas recolhe.
Antes, as coreografias que são o ponto alto do último dia, eram compostas pelos próprios alunos, que confeccionavam o figurino, ensaiavam e dançavam, mas o resultado acabava por não acrescentar nada ao aprendizado. Agora contratam coreógrafos e com isso ganham em qualidade e vêem de perto a complexidade de montar um espetáculo com os recursos disponíveis e tempo escasso. E vibram com o comprometimento de cada um e com o resultado visual.
Ah, e tem também o envolvimento dos pais que devem cumprir suas tarefas inclusive dançando.
Mas por que essa babação de ovo sobre uma gincana de um colégio de elite?
Porque sinto muito por não ver esse tipo de acontecimento nas escolas públicas!
No meu tempo de estudante (e nem vou dizer quanto tempo faz) tínhamos um nível educacional altíssimo e era a elite que fazia questão de estudar em escola pública.
Existiam feiras de ciência concorridíssimas, feiras temáticas - eu me lembro até hoje de um ano em que ficamos incumbidos do século XX e fizemos uma enorme mostra tecnológica. Clubes de ciência (quantos foguetes explodimos nos fundos do colégio). As fanfarras e seus concursos.
Havia um genuino envolvimento dos alunos e dos professores.
E agora?
Recentemente vi um vídeo de uma escola da periferia cuja fanfarra só existe por conta do diletantismo e dedicação de um único professor.
E cadê os professores apaixonados? e os alunos interessados?
A instituição da escola no Brasil nunca foi muito realizadora. Sempre foi muito calcada no giz, quadro negro e muito, muito texto. Mas chegou a haver um tempo em que eu pensei que isso estava mudando. Que pena que foi apenas uma bôlha!
Acho que temos que fazer mais do que votar bem. Quem não tem planos para a educação já não deve merecer o nosso voto de cara! Temos também que arregaçar as mangas e resgatar a escola pública antes que não exista mais nada pra recuperar!
04 maio 2010
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