O nome "Gran Circo" exprime bem a maneira como penso.
Aparentemente caótico, mas muito planejado, às vezes irônico mas sobretudo divertido.
Não esperem só palhaçadas.
Críticas e manifestações humanas em geral terão lugar garantido no picadeiro.

Agora vamos ver como os domadores e palhaços que moram entre as minhas orelhas irão se comportar!



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27 fevereiro 2021

Hoje, como eles veriam as suas próprias obras?

 


"A incitação à luta é um dos meios de sedução mais eficazes do mal"  Franz Kafka

Li essa frase de Kafka há alguns dias e percebo que apesar de tantos anos passados, o conceito continua sendo utilizado pela militância esquerdofrênica no mundo todo.

E, a partir dela, me veio uma ideia estranha.

Imagine um encontro de Kafka com José Saramago, Ray Bradbury, George Orwell, Aldous Huxley, Anthony Burgess, Maurice Blanchot, em uma reunião promovida por Jorge Luis Borges.    Será que chegariam à conclusão que as distopias sobre as quais escreveram, hoje só pareceriam livros para adolescentes pervertidos?

Eu acho que concluiriam que foram felizes por viver em um tempo quando suas ideias só existiam no papel.

16 setembro 2020

O novo normal

imagem por Ripujit Singh in Pixabay.com

Na minha opinião, esse tal "novo normal" é mais uma bobagem da mídia, que já se especializou em cunhar sandices.  A única coisa que me parece lógica nisso tudo que está acontecendo, é que o isolamento, o medo de que a sua resistência à doença não seja suficiente, o afastamento de gente tóxica, a saudade dos abraços, tudo isso está precipitando algumas mudanças comportamentais que, de resto, iriam acontecer talvez um pouco mais tarde.

Mas, para além disso, há algo interessante acontecendo, sim!

O bairro em que moramos é hoje habitado por prestadores de serviço, comerciários, um ou outro empresário e seus estabelecimentos, e as indefectíveis igrejas evangélicas, bairro esse que apesar das mudanças atuais, nasceu operário, daqueles com botecos onde se reunem os vizinhos (e hoje os nóias), que ainda tem casas com quintais relativamente grandes, e vizinhas comadres fofocando em alguns portões ou regando as suas plantas. 

É nesse entorno que estou vendo acontecer um retorno a eventos da minha infância, quando Mogi era uma cidade do interior:

O som da flautinha do amolador de facas; a buzina do padeiro; a versão motorizada do verdureiro e do vendedor de ovos, agora fazem parte do dia a dia.

Não vai demorar muito para a bicicleta do peixeiro aparecer por aqui.

Talvez o novo normal aconteça quando as cadeiras voltarem à calçada nos finais de tarde. 

19 março 2017

o brasil contra O Brasil


Nós temos um problema muito mais sério do que vemos nos noticiários e nas redes sociais, e que ninguém se dá conta.  O brasileiro não leva o Brasil a sério.

Hahaha! Qualquer crise vira piada, vira um meme, uma charge, cheios de imaginação. Vira motivo de riso, e fica tudo por isso mesmo. Toda essa criatividade não está servindo para nada!

Começa porque somos uma terra de ninguém. O senso de pertencimento do brasileiro como povo é praticamente zero. Mesmo a meia dúzia de aguerridos militantes de esquerda que poderia chamar isso pra si, grita pelos motivos errados.

O nosso individualismo é congenitamente mal formado. De fato, não somos individualistas, somos uns dependentes precisando de reabilitação. Dependemos do Estado, dependemos de salvadores da pátria, dependemos dos pais dos pobres, dependemos sempre que alguém nos diga o que é melhor pra nós. Não acreditamos que possamos erguer um país por nós mesmos.

E por isso, acabamos elegendo gente desclassificada e sem cidadania alguma para exercer esses papeis. Não pode dar certo!

A nossa janela de percepção do Brasil e do mundo não é transparente

E para piorar só percebemos um mundo ficcional que achamos que é real. A nossa janela de percepção que é imposta pelos meios de comunicação (de A a Z sem exceção) é acreditada como sendo a realidade.   Isso me faz lembrar a "Caverna de Platão". - seja curioso procure saber do que se trata.

A nossa mídia formal abre janelas sequenciais de notícias diversionistas (sempre querendo tirar a nossa atenção do ruim para o pior), amplifica pequenas crises para que pareçam o mais novo apocalipse, planta notícias falsas ou meias verdades, enfim dirige a nossa atenção para aquilo que interessa momentaneamente a elas próprias ou aos interesses que defendem.  Infelizmente agem todo o tempo como Arautos do Caos.

Em paralelo a isso, empresas de publicidade de pesquisa a soldo, usam de todos os artifícios para também plantar "tendências" que a rigor não mereceriam uma linha pela confiabilidade.

E o povo brasileiro bovinamente, com suas "excelentes" habilidades de interpretar textos, e um senso crítico "perfeito" se submete a essas verdades instantâneas e usa as redes sociais para repassar tudo o que ouve ou vê (e não lê), achando que o céu cairá sobre nossas cabeças se o Temer continuar, se o Lula não for reeleito, se a Dilma aprender português, se o juiz isso, a previdência aquilo,
se o Trump...
É algo como se preocupar com as pulgas mas deixar o cachorro morrer de fome.

Hoje nós somos apenas o reflexo embaçado de um povo tutelado por um Estado patrão. Somos a sombra de um projeto falido de socialismo tropical, que em maior ou menor grau vem se arrastando desde Getúlio Vargas ou ainda antes.

A ideia equivocada de que o Estado social durará magicamente para sempre e que é um manancial inesgotável de recursos, continua encantando muitos cegos de informação.  E desse modo aqueles tais pais dos pobres, coronéis, ou simples aproveitadores continuam se locupletando sem limites, cantando o canto das sereias e se eternizando no poder.

Será que não está na hora de repensar o Brasil? 

Será que não está na hora de agir a partir de nossas reais prioridades?
Na minha visão as prioridades do Brasil se constituem em um tripé: Educação, Saúde e Segurança, em que a Educação é a perna que equilibra o sistema.
Só com um sistema educacional de qualidade é que constituiremos verdadeiramente uma nação. Isso só será possível quando restaurarmos uma escola sem vieses partidários, com professores bem formados que saibam sua real função em sala de aula.

É impossível que possamos construir algo sólido com a qualidade do repertório cultural, competências sociais e profissionais, que os nossos jovens apresentam hoje quando deixam os bancos escolares. Mas é possível mudar isso em 3 ou 4 gerações.
Depende da vontade política, mas isso deve ser imposto por nós mesmos. Já vimos isso acontecer em outros países que hoje são potências mundiais econômicas e sociais.

 Só pessoas com uma educação sólida passarão a pensar nas consequências de cada pequeno ato, saberão cuidar do meio ambiente e de sua própria saúde, serão cidadãos mais conscientes, serão produtivos profissionalmente, serão vigilantes e honrarão os seus deveres para com a Pátria.
Cidadãos educados serão cidadãos mais saudáveis onerando menos a saúde pública.

E melhores cidadãos contribuirão para uma sociedade mais segura reduzindo os gastos da segurança pública.

A pergunta que não quer calar é: O que você está fazendo nesse sentido?