O nome "Gran Circo" exprime bem a maneira como penso.
Aparentemente caótico, mas muito planejado, às vezes irônico mas sobretudo divertido.
Não esperem só palhaçadas.
Críticas e manifestações humanas em geral terão lugar garantido no picadeiro.

Agora vamos ver como os domadores e palhaços que moram entre as minhas orelhas irão se comportar!



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06 janeiro 2022

Sobre castelos de areia e castelos de cartas

 Pensei  ter construído castelos de areia, e cuidei de protege-los contra a força das marés.

Mas me enganei, eram castelos de cartas e ruíram lentamente pelas conjurações do mágico cego.

Olhei para as cartas destroçadas no chão, e vi que não formavam sequer um par de dois. Só via as imagens de paus e as espadas apontando para corações que sangravam, nenhum rei ou rainha, nenhum cavaleiro ou herói, e percebi que já não valia mais a pena gastar energia para tentar reconstruir nada.

Afastei-me, zonzo e sem rumo. Sem nenhum plano definido. Abri a porta com raiva...

porém, do lado de fora, a vida seguia em toda a sua plenitude e vigor, e vi flores desconhecidas além do jardim, precisando que fossem regadas e me oferecendo o seu perfume.

Valter Mello
06 de Janeiro de 2022

13 novembro 2018

Sobre o meio ambiente e a falta de educação do brasileiro

foto by Valter Mello in Parque Centenário - Mogi das Cruzes-SP
De vez em quando, chegam até mim através do grupo Jacutinga de observadores da natureza (facebook), constatações de agressões completamente gratuitas ao meio ambiente e à nossa fauna e flora.
Reputo isso, mais uma vez, ao fato de que somos um povo extremamente mal educado e isso não só do ponto de vista ambiental.
Falar na falência do sistema educacional do Brasil é chover no molhado, mas isso é o resultado do descaso que vem acontecendo há décadas. Infelizmente são poucos os brasileiros que conseguem entender que atitudes contra o ambiente são profundamente desastrosas no médio e longo prazo.
Mas aí eu pergunto:
Por acaso vocês que me leem sabem quantas questões sobre meio ambiente havia no ENEM deste ano?
Resposta: Nenhuma. Mas questões polêmicas, ideológicas e absurdamente além do que se ensina em nossas salas de aula, disso houve dúzias.
Tenho dó do Brasil.

29 outubro 2018

Reflexões pós eleições para a presidência

Bom! Agora no dia da redenção para 55% e dia do velório para 45%, vamos para algumas reflexões:
Disseram alguns que a vitória do Bolsonaro foi a vitória da ignorância e do atraso. Podemos examinar isso sob duas formas:

a) Considerando que Bolsonaro ganhou de goleada no Sul, no Sudeste, e no Centro Oeste, então podemos deduzir que essa é a parte "ignorante" do país. Por aqui temos 65% a 70% de ignorantes e ~30% de "politizados e inteligentes". Mas a "elite" continua sendo a turma dos 70%. Só rindo!
E daí, chegaremos à conclusão que a inteligência e politização são inversamente proporcionais ao IDH. Wow! Que conclusão brilhante senhores ideólogos do caos! Só que não, né! Talvez seja por isso que a África é um continente do primeiro mundo e predominantemente democrática, e a Escandinávia seja a parte mais pobre do continente europeu. Oras!

b) Bolsonaro só perdeu nos bolsões de pobreza que infelizmente ainda existem no Brasil, nos quais ainda dominam o coronelismo, os currais eleitorais, a seca, a fome e a falta de recursos básicos. Consequentemente, podemos concluir que os votos das esquerdas dependem da eternização dessas condições, visto que tiveram tempo para pelo menos estruturar o desenvolvimento dessas regiões mas, ao invés disso mantiveram o povo carente na base das bolsas, contrariando o Gonzagão que em Vozes da seca cantava: "...uma esmola a um homi que é são, ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão". De fato as esquerdas cuidam tanto dos pobres que os mantém.

Como razão para a vitória da direita você pode escolher (a) ou (b). Mas não se preocupe, o choro é livre e, como eu já disse outras vezes, o céu não cairá sobre nossas cabeças. Só é preciso enxugar as lágrimas e começar a fazer a sua parte trabalhando, e não reclamando.

15 outubro 2018

Feliz dia dos professores

Ivan Proles - www.freeimages.com
O que todos os grandes professores parecem ter em comum é o amor por  sua  matéria,  uma  satisfação  óbvia em despertar esse amor em seus alunos, e  uma  capacidade  em convencê-los    de   que   o   que   lhes   está    sendo  ensinado  é  terrivelmente  sério.                    

                                                                               
Epstein
Ainda não sou um professor à altura dos meus mestres, quiçá consiga sê-lo um dia.
Mas não poderia homenagear os meus colegas de docência, sem citar aqueles que me indicaram o caminho para tudo o que tenho conseguido profissionalmente, e de volta à sala de aula como professor.
Embora saiba que nessa lista estarei com certeza, cometendo injustiças, senão por esquecimento mas para manter o texto curto, vão aqui algumas homenagens:
Flora Benatti, minha professora do 1º ano primário, que mostrou-me a descoberta do mundo e o valor da persistência através de um presente, um livro contando as aventuras de Fernão de Magalhães, que movimentou minha imaginação por anos e despertou o meu prazer pela leitura.
Meu padrinho Carlos Pires, tipógrafo, que ao me ensinar a arte da encadernação, trouxe junto a paixão pela preservação de livros duramente garimpados no sebo da única feira livre de então.
Prof. Niquinho, que me iniciou nos conhecimentos musicais, nunca esquecidos e até hoje desenvolvidos como hobby na minha prática do sax.
Jorge Arce meu primeiro gerente na Philips, que quando não entendia algo de minhas explicações sempre me dizia: Valter, explique-me como se eu tivesse 4 anos.
Meu pai, um estranho cruzamento de Geppetto, Prof. Pardal, Dr. Brown (De volta ao futuro), com algumas pitadas de Mandrake; homem que com apenas 6 meses de ensino formal tornou-se um carpinteiro náutico, um esportista que construía suas próprias bicicletas de corrida, mestre pedreiro, técnico em eletrônica, rádio-amador e construtor de seus próprios aparelhos de telecomunicação.
Claro que minha mãe não podia ficar de fora com os seus ensinamentos de como fazer dez coisas ao mesmo tempo, economizar em onze, e ainda ter tempo para multiplicar todo o seu amor e carinho pelos filhos e sobrinhos.
Prof. Rodolpho Mehlmann, Importante educador mogiano, chefe escoteiro, líder religioso e cidadão exemplar, homenageado com vários títulos honorários e patrono da escola que leva seu nome. Foi o cara que me despertou para o aeromodelismo, fotografia, marchetaria, marcenaria, pintura em tecido, além de outras técnicas manuais e industriais.
Prof. Sardinha.  Sob sua influência, formamos um clube de ciências, cujos jalecos envergávamos orgulhosamente trazendo no bolso o símbolo de um átomo com o nome “Inicial clube de ciências”. O objetivo oficial era a prática de laboratório, mas nos inocentes anos 60 nossa missão secreta era o lançamento de foguetes num “campo de provas” nos fundos da escola.
Prof. Felix, um espanhol de sotaque difícil e personalidade ainda pior, mas com um coração de ouro. Me trouxe a paixão pelo chão de fábrica e pela racionalização de métodos, cronoanálise, e ganho de qualidade no relacionamento com os operários.
A lista ainda iria longe não só explorando mais qualidades dos citados, como das dúzias de outros que foram tão importantes quanto. E nem me atrevi a falar do quanto eu tenho aprendido com a prática dos meus colegas de sala de aula a quem rendo as minhas homenagens pelo dia de hoje.
Feliz dia dos professores!