O nome "Gran Circo" exprime bem a maneira como penso.
Aparentemente caótico, mas muito planejado, às vezes irônico mas sobretudo divertido.
Não esperem só palhaçadas.
Críticas e manifestações humanas em geral terão lugar garantido no picadeiro.

Agora vamos ver como os domadores e palhaços que moram entre as minhas orelhas irão se comportar!



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27 fevereiro 2021

Hoje, como eles veriam as suas próprias obras?

 


"A incitação à luta é um dos meios de sedução mais eficazes do mal"  Franz Kafka

Li essa frase de Kafka há alguns dias e percebo que apesar de tantos anos passados, o conceito continua sendo utilizado pela militância esquerdofrênica no mundo todo.

E, a partir dela, me veio uma ideia estranha.

Imagine um encontro de Kafka com José Saramago, Ray Bradbury, George Orwell, Aldous Huxley, Anthony Burgess, Maurice Blanchot, em uma reunião promovida por Jorge Luis Borges.    Será que chegariam à conclusão que as distopias sobre as quais escreveram, hoje só pareceriam livros para adolescentes pervertidos?

Eu acho que concluiriam que foram felizes por viver em um tempo quando suas ideias só existiam no papel.

25 julho 2016

A chama olímpica é realmente a chama que precisamos manter acesa?


Amanhã, a tocha olímpica passará por Mogi. Aliás a um quarteirão de casa, e por isso essa minha nota.

Hoje, quando sai para a caminhada diária vi que as guias estão pintadas, as ruas estão razoavelmente limpas, uma concessionária que também é patrocinadora oficial está mandando ver em um stand na frente da loja para expor um novo modelo, e aposto que ações para surfar na onda da publicidade gratuita devam estar se repetindo ao longo dos 8,5km do trajeto.

Dentre os 47 condutores, 6 atletas mogianos que realmente merecem aplausos por suas carreiras, mas que infelizmente serão esquecidos tão logo uma famosidade qualquer tropece ou tome um tombo.
Ainda bem que a coisa estará passando pela cidade em um feriado – dia da padroeira, porque haverá desvio de trânsito e linhas de ônibus desde hoje à noite, interdição de áreas de estacionamento, e mais um punhado de coisas que fariam uma bela meleca em um dia normal. 

Só na pequena reportagem sobre o assunto na TV local, mais do que 4 secretários apareceram para justificar ou esclarecer alguma coisa de suas pastas, o que significa que gastaram um tempo precioso para cuidar do evento.

A pergunta que não quer calar é: O que a cidade ganhará com isso?

Na minha opinião a resposta correta é um sonoro NADA!
Não há espírito olímpico, ideal de congraçamento dos povos e outros blá blá blás semelhantes que consiga me convencer que não estamos gastando tempo e dinheiro, recursos escassos, fazendo a tocha passar por mais de 300 cidades e reunindo cerca de 12.000 condutores, que não seja para desviar o olhar dos cidadãos das coisas realmente importantes que não estão sendo feitas em todo o Brasil desde a fatídica escolha do Rio de Janeiro.
Já pararam para imaginar o que poderia ser feito com o dinheiro gasto só para manter essa chama acesa?


Boa deixa para se refletir sobre qual a chama que devemos realmente manter acesa para alcançarmos um Brasil melhor!

14 dezembro 2012

O valor que damos às coisas

Ontem, eu estava futucando o catálogo da Amazon procurando por algumas ferramentas que não existem por aqui, e circunstancialmente apareceu um relógio de pulso e seu preço.  E junto com ele, a ideia para esta postagem.

Quanto vale o seu tempo?

E quanto deveria valer o instrumento que mede o “seu” tempo?

Quanto ao que é o tempo propriamente dito, é um assunto bem interessante e prometo que será assunto para uma outra postagem.

À primeira pergunta, a resposta mais ou menos óbvia é que depende da sua capacidade de administrá-lo, do seu estilo de vida, da região do mundo em que você vive, e mais um punhado de considerações filosóficas, religiosas, profissionais, etc... É por isso que algumas pessoas não vivem sem um relógio no pulso, enquanto outras sequer sabem o que é isso.

Algumas privilegiadas vivem o seu próprio tempo enquanto outras não se dão conta de que estão vivendo o tempo dos outros.

Quanto à segunda pergunta: Para medir o tempo linear, essa invenção judaico-cristã que nos escraviza até hoje, durante muito tempo bastou uma garrafa com areia, ou até mesmo uma vela acesa.  Nos dias de hoje, basta um chip descartável ligado a um display de LCD, montados numa caixinha plástica com pulseira, disponíveis em qualquer camelô, e todas as nossas necessidades de medição do tempo no dia a dia estarão supridas.  

A partir dessa constatação, eu voltei ao catálogo da Amazon para pesquisar relógios e preços.

O relógio mais barato encontrado custa US$0,01 – você não leu errado, custa um centavo de dólar – e ainda “emite” íons negativos a partir do germânio e turmalina fundidos no silicone da pulseira, que prometem equilibrar a sua saúde, equilíbrio e força (!!!) 

É claro que não são os mais eficientes, visto que, ergonomicamente, ler as horas num display digital é menos racional do que ler as horas num relógio de ponteiros.

 

Na outra ponta, encontrei um relógio Vacheron Constantin Tour d’Ille, pela bagatela de US$ 3,950.000,00 – novamente você não leu errado – é isso mesmo!!!

Um valor inimaginável para um objeto tão prosaico.

 

E num “honroso” segundo lugar, está o Zenith Academy Tourbillion Quantieme Perpetuel de US$ 264,000,00 em oferta por US$ 166,320,00 – uma verdadeira pechincha.

Eu acho que o “perpetuel” do nome  da peça se refere ao tamanho da vida que um pobre mortal precisará ter para pagá-lo.

Só para irritar você leitor um pouco mais, ainda que o relógio de um centavo de dólar durasse apenas um dia e tivesse que ser descartado, você teria que viver 45.000 anos para que o seu gasto ao ver as horas se igualasse ao preço do Zenith, se comprado na oferta!

É claro que você poderá alegar que existem os fatores não mensuráveis de status, de que o primeiro é um instrumento menos preciso do que o segundo, de que não estamos falando de tempo e sim de joias, e blá blá blá.  No entanto, fala sério, esse relógio no pulso do mais fodásticamente rico dos humanos, aumentará o seu status?  Ninguém conseguirá identificar se o relógio do cara custou 100, 200, 1000, ou um milhão de dólares. Então para que isso?

Desculpe-me, mas para qualquer ser humano razoavelmente sensato, deve haver alguma coisa mais importante para fazer com US$ 166,000.00 do que comprar um relógio, não lhe parece?

Falando sério, alguém já parou pra pensar quantas crianças poderiam ser sustentadas na África por um ano, com esse dinheiro? 

Vale a pena refletir sobre o valor que damos às coisas.

 

 

 

 

 

 

14 maio 2011

Por uma vida melhor? O que podemos esperar do futuro no Brasil.

Para mim foi estarrecedora a notícia vista no JN de ontem sobre o livro aprovado pelo MEC com o título "Por uma vida melhor", que justifica erros de português "como forma de provocar a desenvoltura linguística", segundo uma de suas autoras.
Quer dizer, como o MEC é incompetente para dar um ensino decente aos brasileiros, então abaixa-se o nível e fica tudo certo!

Para que se tenha uma idéia, há uma frase na página 14 do livro (e não deve ser a única) que diz textualmente: "Os livro ilustrado mais interessante estão emprestado" seguido da justificativa desse absurdo num livro didático. Só faltou a ela o descaramento de afirmar que está mudando a língua portuguesa para que a capacidade de comunicação do nosso ex-presidente se torne a regra.

Se vocês não tiveram oportunidade de ler ou ver a notícia, use o link.

Onde será que vamos parar? Com esse tipo de política pública e orientações estapafúrdias, no primeiro mundo é que não é!

Cada vez mais eu vejo brasileiros supostamente escolarizados porém sem traquejo social, sem capacidades mínimas de comunicação, sem nenhum senso de urbanidade; analfabetos não só funcionais como também incapacitados para o mercado de trabalho. E já estamos na segunda geração de cidadãos com essas características.

Como me disse um colega de docência "hoje os cursos de pós-gradução" estão ensinando o que deveria ter sido visto na graduação, que por sua vez está mal e mal cobrindo aquilo que deveria ter sido ensinado no segundo grau".

E como disse um outro colega, os alunos vem para a Faculdade achando que se não "estourarem" em faltas terão aprovação automática como tiveram no ensino público.

Pobre do Brasil sem futuro! Mas não precisamos nos preocupar, teremos trens bala (Jujuba), Copa do Mundo e Olimpíadas. E como Deus é brasileiro, teremos todos um lugar no paraíso - que por acaso é aqui!

31 outubro 2010

Sobrou para Emília - Por Guilherme Fiuza

A História do Brasil está sendo corrigida aos poucos. A república sindical está se encarregando de reescrever os mal-entendidos anteriores à chegada do messias do ABC.

Finalmente o país começa a conhecer sua verdadeira realidade – aquela que cabe nas cartilhas do PT, e pode ser recitada com orgulho pela militância. É a revolução cultural dos companheiros.

Há 20 anos, o jornal “O Planeta Diário” estampava a manchete profética: “Lula quer fazer reforma agrária no Sítio do Picapau Amarelo”.

O dia chegou. Com a bravura revolucionária de um Stédile, o Conselho Nacional de Educação invadiu o famoso sítio de Monteiro Lobato, disposto a acabar com aquele blábláblá literário improdutivo de direita.

O primeiro tiro atingiu em cheio as “Caçadas de Pedrinho”, uma obra tipicamente burguesa que não cabe nas cartilhas petistas. Os conselheiros de Lula entraram decididos a fazer o resgate social de Tia Nastácia – a negra confinada na cozinha por Dona Benta, agente da elite branca.

Com a decisão do Conselho Nacional de Educação de proibir “Caçadas de Pedrinho” nas escolas, a desigualdade social recebe um duro golpe.

A medida deverá ter conseqüências importantes, como evitar que os netos e bisnetos de Tia Nastácia se tornem favelados, à margem da sociedade de consumo. O passo seguinte talvez seja processar Monteiro Lobato por racismo.

Esta será uma medida de execução mais complexa, considerando-se a dificuldade de localizar o dono do Sítio. A esta altura, ele deve estar foragido.

Mas isso é uma questão de tempo. Não há informação que resista aos arapongas da inteligência do PT.

Todo mundo sabe que Monteiro Lobato é o pai de Emília, a boneca falante. Com um interrogatório bem feito, a bonequinha acaba entregando o paradeiro do pai, esse latifundiário racista.

Parabéns ao Conselho Nacional de Educação. E atenção, conselheiros: há outras obras perigosas nesse sítio, como “Reinações de Narizinho” e “A reforma da natureza”. Destruam tudo enquanto é tempo. No Brasil de Lula e Dilma não pode haver mais espaço para esses atentados contra o povo, disfarçados de literatura infanto-juvenil.

Deixem as escolas ensinarem a história do filho do Brasil, a obra-prima do novo Descobrimento. O resto é ideologia burguesa.

Guilherme Fiuza é articulista da revista Época e costuma bater pesado na pouca-vergonha desse governo petista. Ah que bom se se isso mudar a partir de hoje!

10 setembro 2010

O Brasil é mesmo um país muito estranho!

Lugar de leis barrocas, cheias de serifas e rococós, mas que parece que não foram feitas para serem cumpridas. Ah! E tão cheias de furos que mais se assemelham a um ralador de queijo, se bem que estes são muitíssimo mais úteis.

Senão vejamos:
O código de trânsito brasileiro através da resolução nº292 de 29 de Agosto de 2009, que trata da modificação em veículos automotores, diz em seu artigo 8º: Ficam proibidos:
II - O aumento ou diminuição do diâmetro externo do conjunto pneu/roda;
IV – A alteração das características originais das molas do veículo, inclusão, exclusão ou modificação de dispositivos da suspensão.


Como é que uma prefeitura dá alvará para a realização de um tal “campeonato estadual de som, tunning, e rebaixados? E isso em vários municípios do Brasil, é só pesquisar no Google.

O mesmo código brasileiro de trânsito diz em seu capitulo III que trata das normas gerais de circulação e conduta:
Art. 62 - A velocidade mínima não poderá ser inferior à metade da velocidade máxima estabelecida, respeitadas as condições operacionais de trânsito e da via.
E em seu capítulo XV que trata das infrações:
Art. 219 - Transitar com o veículo em velocidade inferior à metade da velocidade máxima estabelecida para a via, retardando ou obstruindo o trânsito, a menos que as condições de tráfego e meteorológicas não o permitam, salvo se estiver na faixa da direita:
Infração - média;
Penalidade - multa.


Então por que diabos carros da polícia andam à noite, sem iluminação, na faixa esquerda de ruas e avenidas em velocidade de lesma? Por acaso, é essa a tática pra reduzir a criminalidade? E o que acontece com um motorista que se arrebente na traseira de um carro de polícia nessas condições? Ou mesmo quando pratica um ato infracional ao ultrapassá-lo pela direita?

E por último, mas talvez o mais importante nessa farra de leis feitas para decorar as bibliotecas jurídicas.

A nossa constituição em seu artigo nº54 reza que os deputados e senadores não poderão firmar ou manter contrato com empresas concessionárias de serviços públicos e nem delas serem sócios ou proprietários, ou mesmo funcionários remunerados.

Isso é cristalino. Sendo os meios de comunicação um espaço para o exercício do poder, os parlamentares não poderiam MESMO exercer algum poder de mando sobre eles.
No entanto vocês já viram quantos parlamentares são donos ou sócios de empresas de comunicação no Brasil?

Segundo o site www.donosdamidia.com.br temos 271 parlamentares nessa situação, sendo 54% deles prefeitos, seguidos por 20% que são deputados estaduais, 18% de deputados federais e 7% de senadores. No entanto, olhando só para os senadores isso significa 25% do total do senado.
Imaginem só que 25% daqueles que deveriam fazer cumprir a nossa combalida constituição debochem dela desse modo. E isso sem contar aquelas concessões que estão no nome de parentes ou laranjas.

O estado campeão desse descalabro é Minas Gerais seguido de muito perto por São Paulo, e depois pela Bahia e Paraná.

Em Abril do ano passado, a a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal aprovou parecer que considera ilícita a aprovação de outorgas de radiodifusão a concessionários que possuam deputados e senadores entre seus proprietários, controladores ou diretores. Ou seja aprovou o óbvio, aquilo que já estava na letra da lei.

Entretanto, não foi a primeira vez que um parecer desse tipo foi aprovado e que não deu em nada.
Do ano passado para cá eu não tenho conhecimento se algo mudou até porque aquilo que me pareceu óbvio precisará de uma emenda constitucional e de regulamentação específica.

Enquanto isso, no mundo real vemos uma única lei sendo aplicada: Aquela que diz que o mundo é dos espertos e dos mais poderosos. Mas também com os exemplos que temos!

Será que algo vai mudar? O Brasil é mesmo um país muito estranho!

19 novembro 2009

Não aguento a concorrência de circo maior que o meu!



Lembra daquela piada sobre "se cercar vira hospício, se cobrir vira circo"?
Acho que está na hora de nós brasileiros começarmos uma campanha para comprar a lona que vai cobrir Brasília. Será que caberão 190 milhões de palhaços no picadeiro? Tá bom! Um pouco menos né porque os senadores, deputados e a trupe que os acompanha deverão continuar, como hoje, nos camarotes.

Em tempo o crédito da imagem vai para o blog do Raul www.raul.blog.br/.../Image/senado%20circo.jpg

30 julho 2009

Moto-táxi? Mais um sapo pra ser engolido.

Como brasileiro eu já estou acostumado a engolir sapos diários, ouvir desaforos de políticos, insultos à minha inteligência, e ter que me sujeitar a leis bizarras.

Eu ia escrever sobre a palhaçada da regulamentação dos pontos e circuitos para os ônibus fretados em São Paulo, que vai na contramão da necessidade de reduzir veículos na cidade. Já tem gente que abandonou o transporte coletivo e está indo trabalhar de carro sózinho. Porém não escrevi sobre isso e já apareceu piada melhor.

Essa de regulamentar moto-taxis é demais!

Motos são veículos econômicos, versáteis, rápidos, além de divertidos, esportivos, etc. etc. etc... Diz a lenda que são perigosos, mas até um par de sandálias havaianas pode ser perigoso nos pés de um desajustado.

Em primeiro lugar, vocês já viram a quantidade de assaltos que ocorrem a partir da abordagem de duplas sobre uma única moto? Eu mesmo já perdi um amigo numa situação desse tipo. A ponto de eu já ter lido e ouvido várias vezes de legisladores versados em segurança que querem justamente o contrário: Que se proiba o tráfego de motos com 2 pessoas.

Agora com o disfarce do táxi haverá a legitimação da farra. Eu estou apostando no aumento da ocorrência desse tipo de assalto. Quero ver qual será o comentário inteligente do seu Lula daqui a algum tempo sobre esse assunto.

Além disso, andar sobre uma moto exige mais do que simplesmente equilíbrio. Exige, no mínimo, roupas e sapatos adequados, e equipamentos de proteção como luvas e capacetes realmente capazes de proteger o motociclista.

É claro que os nossos legisladores pensaram nisso: O piloto taxista antes de pegar o seu passageiro o fará responder a um questionário em que este declarará conhecer a técnica de ser garupa, que sua roupa e sapato são adequados, e que o piloto ficará eximido de qualquer dano físico causado ao passageiro ou a qualquer outro cidadão ou propriedade - inclusive a própria moto, que venha a ser causado por sua inabilidade.

O passageiro por outro lado, antes de subir na garupa, terá uma garantia assinada que o capacete oferecido está dentro da data de validade, que não sofreu quedas anteriores, é perfeitamente adequado ao tamanho da sua cabeça, e que acabou de ser esterilizado e portanto sem nenhuma possibilidade de lhe transmitir um vírus, uma conjuntivite, ou uma doença capilar qualquer.
Além disso, terá também a garantia que o piloto não o levará com excesso de velocidade pelos fatídicos corredores entre carros nas marginais.

Ah, é claro que o passageiro terá direito como brinde, a um santinho do Padre Marcelo e a um crédito de pontos no seu cartão milagre.

Que merda hein Srs. legisladores! Tomara que o bom senso predomine e que isso seja uma daquelas leis de prateleira e que nunca venha a ser regulamentada.