a) Considerando que Bolsonaro ganhou de goleada no Sul, no Sudeste, e no Centro Oeste, então podemos deduzir que essa é a parte "ignorante" do país. Por aqui temos 65% a 70% de ignorantes e ~30% de "politizados e inteligentes". Mas a "elite" continua sendo a turma dos 70%. Só rindo!
29 outubro 2018
Reflexões pós eleições para a presidência
a) Considerando que Bolsonaro ganhou de goleada no Sul, no Sudeste, e no Centro Oeste, então podemos deduzir que essa é a parte "ignorante" do país. Por aqui temos 65% a 70% de ignorantes e ~30% de "politizados e inteligentes". Mas a "elite" continua sendo a turma dos 70%. Só rindo!
08 outubro 2018
O Brasil está mais leve hoje 08 de Outubro de 2018
A ser Deus
E promete tanta coisa
Pro sertão
Que vai dar um vestido
Pra Maria
E promete um roçado
Pro João"
18 abril 2017
Aniversário do impeachment da Dilma
Na minha opinião, Sem dúvida está melhor!
É claro que há de se fazer uma contextualização. Melhor não significa, nem de longe, que todos os problemas estejam resolvidos ou em vias de. Melhor não significa, como queriam alguns, que num passe de mágica o país tivesse se livrado de todo o entulho ideológico que se acumulou ao longo da gestão do PT. Melhor não significa que uma aura de santidade tenha sido incorporada aos nossos políticos.
Entretanto, está melhor porque houve um desmonte do projeto escuso de poder que vinha se tornando cada vez mais faminto. Há muito mais gente pensando o Brasil como uma nação e não como um quintal. E há um clima, hoje, ligeiramente mais otimista.
Ventos liberais estão soprando novamente e são muito bem vindos.
Para melhorar de fato, eu gostaria de ver a nossa mídia e as redes sociais ocupadas com discussões sobre projetos de educação e melhoria da saúde pública, como metas e planos de ação a começar de agora, ao invés de tanta discussão sobre os podres poderes, sobre delações e sobre desimportâncias.
E que o povo brasileiro passasse a pensar sobre o que cada um pode fazer pelo Brasil ao invés de continuar pensando como continuar parasitando o Estado brasileiro, exigindo direitos anacrônicos e questionáveis enquanto o barco Brasil continua adernado.
19 março 2017
o brasil contra O Brasil
Nós temos um problema muito mais sério do que vemos nos noticiários e nas redes sociais, e que ninguém se dá conta. O brasileiro não leva o Brasil a sério.
Hahaha! Qualquer crise vira piada, vira um meme, uma charge, cheios de imaginação. Vira motivo de riso, e fica tudo por isso mesmo. Toda essa criatividade não está servindo para nada!
Começa porque somos uma terra de ninguém. O senso de pertencimento do brasileiro como povo é praticamente zero. Mesmo a meia dúzia de aguerridos militantes de esquerda que poderia chamar isso pra si, grita pelos motivos errados.
O nosso individualismo é congenitamente mal formado. De fato, não somos individualistas, somos uns dependentes precisando de reabilitação. Dependemos do Estado, dependemos de salvadores da pátria, dependemos dos pais dos pobres, dependemos sempre que alguém nos diga o que é melhor pra nós. Não acreditamos que possamos erguer um país por nós mesmos.
E por isso, acabamos elegendo gente desclassificada e sem cidadania alguma para exercer esses papeis. Não pode dar certo!
A nossa janela de percepção do Brasil e do mundo não é transparente
E para piorar só percebemos um mundo ficcional que achamos que é real. A nossa janela de percepção que é imposta pelos meios de comunicação (de A a Z sem exceção) é acreditada como sendo a realidade. Isso me faz lembrar a "Caverna de Platão". - seja curioso procure saber do que se trata.A nossa mídia formal abre janelas sequenciais de notícias diversionistas (sempre querendo tirar a nossa atenção do ruim para o pior), amplifica pequenas crises para que pareçam o mais novo apocalipse, planta notícias falsas ou meias verdades, enfim dirige a nossa atenção para aquilo que interessa momentaneamente a elas próprias ou aos interesses que defendem. Infelizmente agem todo o tempo como Arautos do Caos.
Em paralelo a isso, empresas de publicidade de pesquisa a soldo, usam de todos os artifícios para também plantar "tendências" que a rigor não mereceriam uma linha pela confiabilidade.
E o povo brasileiro bovinamente, com suas "excelentes" habilidades de interpretar textos, e um senso crítico "perfeito" se submete a essas verdades instantâneas e usa as redes sociais para repassar tudo o que ouve ou vê (e não lê), achando que o céu cairá sobre nossas cabeças se o Temer continuar, se o Lula não for reeleito, se a Dilma aprender português, se o juiz isso, a previdência aquilo,
se o Trump...
É algo como se preocupar com as pulgas mas deixar o cachorro morrer de fome.
Hoje nós somos apenas o reflexo embaçado de um povo tutelado por um Estado patrão. Somos a sombra de um projeto falido de socialismo tropical, que em maior ou menor grau vem se arrastando desde Getúlio Vargas ou ainda antes.
A ideia equivocada de que o Estado social durará magicamente para sempre e que é um manancial inesgotável de recursos, continua encantando muitos cegos de informação. E desse modo aqueles tais pais dos pobres, coronéis, ou simples aproveitadores continuam se locupletando sem limites, cantando o canto das sereias e se eternizando no poder.
Será que não está na hora de repensar o Brasil?
Será que não está na hora de agir a partir de nossas reais prioridades?Na minha visão as prioridades do Brasil se constituem em um tripé: Educação, Saúde e Segurança, em que a Educação é a perna que equilibra o sistema.
Só com um sistema educacional de qualidade é que constituiremos verdadeiramente uma nação. Isso só será possível quando restaurarmos uma escola sem vieses partidários, com professores bem formados que saibam sua real função em sala de aula.
É impossível que possamos construir algo sólido com a qualidade do repertório cultural, competências sociais e profissionais, que os nossos jovens apresentam hoje quando deixam os bancos escolares. Mas é possível mudar isso em 3 ou 4 gerações.
Depende da vontade política, mas isso deve ser imposto por nós mesmos. Já vimos isso acontecer em outros países que hoje são potências mundiais econômicas e sociais.
Só pessoas com uma educação sólida passarão a pensar nas consequências de cada pequeno ato, saberão cuidar do meio ambiente e de sua própria saúde, serão cidadãos mais conscientes, serão produtivos profissionalmente, serão vigilantes e honrarão os seus deveres para com a Pátria.
Cidadãos educados serão cidadãos mais saudáveis onerando menos a saúde pública.
E melhores cidadãos contribuirão para uma sociedade mais segura reduzindo os gastos da segurança pública.
A pergunta que não quer calar é: O que você está fazendo nesse sentido?
10 dezembro 2016
Dia do Palhaço
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photo by Paul Tom in www.freeimages.com |
Principalmente para nós brasileiros, foi um ano surreal, em que todos nós estivemos no picadeiro, porém apenas para servir de serragem para a maioria de nossos políticos.
Que venha 2017, e que a situação se inverta. Que sejamos nós os palhaços e eles a serragem.
15 novembro 2016
A PEC 241 não é pecado é penitência
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photo by Michael Gaida in Pixabay.com |
O texto do encaminhamento explica pontos importantes
A PEC dá poder ao Congresso
03 novembro 2016
Por que não invadir hospitais para melhorar a saúde pública?
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imagem por Erika Wittlieb em www.pixabay.com |
Por que não invadir hospitais para melhorar a saúde pública?
16 setembro 2016
A qualidade de nossos candidatos a vereador está horrível. Em quem votar?
O populismo é a regra geral
Teste prévio de competência
crédito da foto: freeimages.com/Richard Dudley
07 setembro 2016
Mais uma greve - A quem interessa?
Por que digo que é uma greve desacreditada, indecente e inútil, tal qual a esmagadora maioria delas?
01 setembro 2016
Game over vermelhinhos!
30 junho 2011
Até quando este governo continuará insistindo em nos tratar como acéfalos
27 maio 2011
De uma leitora do Jornal "A Folha" sobre o caso Palocci
16 maio 2011
Legitimar o falar errado é fortalecer o Apartheid social
Vejam o que ele diz à respeito do escândalo do livro aprovado pelo MEC que faz apologia dos erros de português. Ele aproveita e critica a maneira como "criativamente" nós empurramos os nossos problemas sociais para debaixo do tapete.
parte 1
parte 2
parte 3
parte 4
28 abril 2011
Entrevista muito interessante sobre o desarmamento
Li esse artigo no blog "O mapa do Brasil" em 28 de Abril.
No Brasil, atualmente, quem quiser possuir legalmente uma arma de fogo de pequeno calibre deverá comprovar seus bons antecedentes e sua aptidão técnica e psicológica para isso, mas, também, terá que enfrentar um inferno burocrático e se submeter à rapinagem fiscal que assola o País. Todavia, se desejar possuir ilegalmente uma arma de qualquer calibre, não terá qualquer dificuldade e certamente gastará menos.
Ou seja, a legislação existente não impede que bandidos tenham armas e é suficientemente restritiva para impedir a compra massiva de armas pelas pessoas de bem. Não há risco algum de um armamento geral e irrestrito.
O debate sobre a compra de armas legais no Brasil está totalmente desfocado e misturado com a mesma questão nos Estados Unidos, onde a Constituição, expressamente, consagra o direito de ter e portar armas. Diante disso, nos Estados Unidos a discussão é no sentido da viabilidade jurídica do estabelecimento de controles, por lei, limitando um direito expressamente afirmado pela Constituição.
No Brasil, porém, ninguém discute a constitucionalidade da legislação que disciplina e restringe a posse e o porte de armas. O foco da questão, no Brasil, está na proibição total e absoluta da venda de armas, como estipula o art. 35 da Lei nº 10.826, de 22.12.2003. Uma coisa é limitar o exercício de um direito; outra coisa bem diferente é suprimir totalmente um direito.
Por exemplo, uma coisa é exigir que a pessoa esteja legalmente habilitada para dirigir automóvel; outra coisa é proibir a venda de automóveis.
Numa perspectiva puramente jurídica, pode-se afirmar, com segurança, que a venda de armas não pode ser totalmente proibida no Brasil, porque isso seria uma flagrante violação ao direito constitucionalmente assegurado a cada cidadão de proteger, com os meios para isso necessários, sua vida, sua incolumidade física, sua dignidade, seu patrimônio e sua família. Quem quer os fins, dá os meios.
Se assim não fosse, o art. 25 do Código Penal, que ampara a legítima defesa, seria inconstitucional.
Com efeito, não existe no ordenamento jurídico regra alguma no sentido de que cada um deve conformar-se, sem qualquer reação, em ser vítima de assalto, seqüestro, estupro ou assassinato, pois somente ao Estado cabe punir o criminoso. O dever do Estado de prover a segurança pública não significa proibição da segurança privada. Nem pode significar que esta somente pode ser provida por empresas de segurança.
Defender-se ou não, ter ou não ter uma arma, reagir ou não a uma agressão é uma opção pessoal. É absolutamente certo que a segurança pública não pode proteger toda e qualquer pessoa, durante 24 horas por dia.
Argumenta-se, porém, que a venda legal de armas deve ser proibida por causa do número assustador de homicídios, comprovado pelas estatísticas. Números, entretanto, nada dizem; precisam ser interpretados.
A grande maioria dos homicídios é praticada com o uso de armas ilegais. Por exemplo, o maior número de homicídio envolve pessoas do sexo masculino, entre 15 e 24 anos de idade. Ora, o art. 28 da Lei nº 10.826/03 veda a aquisição legal de armas por menores de 25 anos. É fora de qualquer dúvida que a proibição de venda legal de armas nada tem a ver com a criminalidade, pois bandido não compra arma em loja.
Os defensores do desarmamento das pessoas de bem alegam que isso diminuirá o homicídio fortuito, como é o caso de brigas de bar, de trânsito e decorrentes de violência doméstica. Para isso, entretanto existem remédios muito mais eficazes e respaldados pela ordem jurídica.
No Município de Diadema-SP o número de homicídios caiu vertiginosamente com o fechamento dos bares às 23 horas. No Jardim Ângela, que era o bairro mais violento de São Paulo, o índice de homicídios simplesmente desabou com medidas de caráter social, como a construção de centros de lazer, quadras de esportes, bibliotecas, escolas de música etc.
Note-se que a população dessas áreas é de baixa renda, totalmente incapaz de possuir armas legais, e onde, portanto a proibição de compra de armas legais não fará a menor diferença.
Na violência doméstica a predominância é de agressão física, surras, sem armas e a maioria dos homicídios acontece com o uso da prosaica faca de cozinha. E aí?
Seria o caso de defender o "espanca, mas não mata "ou de proibir a venda de facas de cozinha? No trânsito, a maioria das mortes se dá em acidentes com moto e com motorista alcoolizado. E nesse caso? Vamos proibir totalmente a venda de motos e de bebidas alcoólicas?
O que fica perfeitamente claro é que não se pode fixar a regra com base na exceção. Não faz sentido violar o direito constitucional à auto defesa em face de raros e eventuais casos fortuitos.
Que tal melhorar a educação?
Do ponto de vista jurídico, é certo que o Poder Público não pode criar restrições à liberdade individual senão na medida do estritamente necessário para proteger um interesse público, da coletividade. Atenta contra a ordem jurídica criar uma proibição sem correspondência com um interesse geral, pelo menos da maioria.
É um absurdo restringir uma garantia constitucional, prejudicando toda a coletividade, para proteger uma minoria, que pode ser protegida por outros meios.
Os Tribunais Superiores (inclusive o STF) já consagraram e aplicam cada vez mais o princípio da razoabilidade, decretando a nulidade de atos jurídicos desproporcionais, desarrazoados, absurdos.
Atenta contra a lógica e a sanidade mental desarmar as vítimas, para estimular os facínoras. A possibilidade de reação eficaz da vítima desestimula o criminoso, é, sim, um elemento de dissuasão, mas a certeza de que a vítima sempre estará inerme, totalmente indefesa, podendo ser assaltada ou estuprada sem risco, certamente aumentará a ocorrência de crimes.
A criminalidade já tem estímulos suficientes na incompetência da polícia, que esclarece a autoria de uma percentagem mínima de homicídios, e na espantosa impunidade decorrente da extrema generosidade da legislação penal.
O número de homicidas que estão na cadeia é ridículo quando comparado com o número total de homicídios. Pior que isso: a autoridade pública não consegue impedir nem mesmo o ingresso de armas (e celulares) nas prisões.
Em resumo, elimine-se o tráfico ilícito de armas, prendam-se os bandidos, aumente-se a eficiência da segurança pública e o cidadão pacífico e ordeiro não terá mais que preocupar-se com o exercício da auto-defesa.
No fundo, a proibição da venda de armas revela uma concepção totalitária do Estado, no qual a autoridade, discricionariamente, determina o que é bom e o que não é bom para cada súdito.
Esse posicionamento já tem justificado agressões à liberdade de imprensa e tem prejudicado o desenvolvimento científico, como é o caso das células tronco. O mais grave, porém, é a complacência com a violação ou o esvaziamento das garantias constitucionais. Amanhã, o que mais poderá ser proibido?
Fonte: www.ternuma.com.br
Postado por omapadobrasil.blogspot.com às 4/17/2011 09:02:00 AM
12 abril 2011
O "Efeito Realengo"
"Projetos demagógicos como esse do desarmamento são feitos sob medida para que as nossas autoridades se abstenham de tomar as medidas necessárias para combater o narcotráfico, o contrabando de armas, e tomar medidas realmente duras e eficazes contra os ilícitos que acontecem neste país. Será que vai dar para combinar com os bandidos que daqui pra frente só valerá confrontos sem armas?
Senhores: O "efeito Realengo" só faz eco porque foram mortes no atacado! E aquelas outras tantas que ocorrem no varejo, no nosso dia a dia, e que traduzem índices de fatalidade maiores que as guerras do Oriente Médio? Muitas causadas pela leniência no cumprimento "coração mole" de nossas tão fantásticas leis? Quem são os culpados? Os que puxaram os gatilhos ou aquelas autoridades que não cuidaram para que os delinquentes estivessem fora das ruas?
E aquelas outras tantas mortes dos pobres nas filas dos hospitais e postos de saúde? A quem culpar?
Srs. políticos: Ao invés de demagogia, por que não tomam ações eficazes para dar segurança, saúde, e educação aos brasileiros? Depois que isso tornar-se realidade, talvez haja ambiente para um novo plebiscito sobre desarmamento!"
Pois é! Pode parecer duro relativizar a tragédia desse massacre, mas os nossos malditos políticos mais uma vez querem nos repassar essa conta como se o Estado não tivesse nada a ver com isso. "Olha se continuar a acontecer esse tipo de crimes é culpa da população que prefere andar armada". Valha-me Deus por tanta sandice!
Ontem ouvi alguma "otoridade" qualquer dizer que 60% das armas apreendidas com bandidos são armas registradas para cidadãos e que foram parar nas mãos dos bandidos.
Conversa mole!
Esses caras tem mania de distorcer a pobre estatística. Qual o percentual de criminosos que são presos? Eu confesso não saber mas do jeito que os bandidos atuam é porque o risco é pequeno. Portanto, 60% de algo pequeno é também uma pequena figura. E a julgar pelas armas que estão nas mãos dos bandidos há alguma coisa de errado na afirmação da "otoridade" porque nunca soube de ninguém de bem que tivesse fuzis e armas de grosso calibre legalizadas e guardadas na cabeceira da cama.
Até agora eu não vi nenhuma ação eficaz para acabar com o contrabando de armas, tampouco para acabar com o fluxo daquelas que são fornecidas aos bandidos por integrantes corruptos das forças armadas e polícias.
Se entrarmos no mérito das distorções que existem no cumprimento das leis e na "mamata" das progressões de pena, indultos, e outras salvaguardas aos direitos dos presos, veremos que nós, pobres cidadãos, temos que rezar muito e além da fé ter também muita sorte.
Enquanto isso, ficam os demagogos, aqueles que estão lá às custas dos nossos votos e do dinheiro dos nossos impostos, querendo empurrar a responsabilidade para nós ao invés de assumirem suas próprias. Se quiserem MESMO que o povo seja responsável pela sua própria segurança, voltaremos ao velho Oeste.
Onde é mesmo que fica o curso de tiro mais próximo?
14 janeiro 2011
Tragédias naturais e suas consequencias humanas
Ontem eu vi no Jornal da Gazeta, uma entrevista com Ermínia Maricato, do Laboratório de Habitação e Assentamentos Humanos - LabHab - USP.
No link acima vocês poderão ver a quantidade de artigos e livros publicados por ela sobre o assunto que nos assombra a cada verão.
Na entrevista ela afirmou que nossas cidades ficarão cada vez piores (isso quer dizer mais mortes à cada desastre natural) por absoluta falta de visão dos nossos políticos sobre a criticidade do assunto, bem como a conivência com os interesses especulativos e imobiliários. Segundo ela, a solução passa por uma inserção de fato dos mais pobres na estrutura das cidades.
Hoje pela manhã li também o excelente artigo de Ruth de Aquino "Falta uma UPP para a natureza" em que ela discorre sobre o descaso de nossos governos sobre o assunto.
É evidente que somos impotentes contra a natureza e que desastres naturais são tão certos quanto 2+2. Mas isso não significa que temos que acumular a quantidade de mortes que estamos colecionando nas últimas décadas por absoluta visão torta sobre a ocupação urbana (veja por exemplo o que fez Brizzola no Rio de Janeiro).
Todos os especialistas são categóricos em afirmar que o custo da prevenção é infinitamente menor do que os gastos em recuperação. E o custo das vidas humanas, esse é imensurável!
Nós, formadores de opinião, precisamos nos engajar nessas questões cobrando, e melhor ainda, participando de ações efetivas no local em que vivemos. Talvez assim possamos reverter essa macabra equação.
08 janeiro 2011
Gota d'água
Isso remete ao que escrevi há alguns dias sobre ética e moral. Realmente parece que o pessoal que deveria dar o exemplo não conhece essas duas pequenas palavras.
Mas eu acho que o assunto já foi muito bem explorado por jornalistas e comentaristas competentes e parece que pelo menos um dos beneficiários da "irrelevância" já sentiu a pressão devida. Já basta! Mas devemos ficar alertas!
Já o "irrelevante" Marco Aurélio deveria lembrar do verso do Chico Buarque:
"...E qualquer desatenção, faça não
Pode ser a gota d’água..."
Eu acho que está mais do que na hora do pessoal do picadeiro começar a se preocupar porque em se tratando de governo nenhum fato é irrelevante.
E qualquer desatenção...
01 novembro 2010
Geppetto e Pinnochia
v. excia. (em minúsculas) venceu. Sua boneca Pinnochia finalmente ganhou vida! Vejamos agora se o personagem criado à imagem e semelhança do criador terá estofo para lidar com o apetite pantagruélico dos seus apoiadores.
Dos dois Brasis venceu aquele do jeitinho e da ignorância da qual o sr. se alimenta.
Digo dois Brasis porque realmente vivo num Brasil diferente do seu, e que eu tinha esperança de ver melhor, já a partir do próximo ano. Mas infelizmente venceu o seu Brasil, o Brasil do jeitinho, da falta de ética, da fanfarronada, do "farinha pouca meu pirão primeiro".
Para nós - do outro Brasil, ficou uma lição disso tudo. Que os brasileiros do seu Brasil, se importam com o fato de que Serra faltou com o seu compromisso de mandatos anteriores, como me disse hoje pela manhã o primeiro votante da Dilma que eu encontrei nesses meses todos - é claro, eu vivo num Brasil diferente!. Se importam com as confortáveis bolsas isso ou aquilo que lhes dão o pão e as promessas de circo. E se importam com a ilusão de que sairam da pobreza. Ah, como são inocentes os brasileiros do seu Brasil.
Porém, eles não se importam com os milhões nas cuecas, com a corrupção generalizada, com as mentiras deslavadas, com o destempero verbal e inconveniência do chefe de estado, com as piadinhas fora de lugar, com os Dirceus, Paloccis, Collors, Sarneys, Erenices e outros tantos apadrinhados, com o síndico-anarquistas e os movimentos sem isso ou aquilo, com os insepultos Celso Daniel e Toninho de Campinas.
Com a falta de dentes, com a saúde precária, com as balas perdidas, com o baixo nível das nossas escolas, e do nossos índices de desenvolvimento humano.
É Sr. Geppetto: Ficou uma lição disso tudo! Eu e mais 43.700.000 Brasileiros vivemos num outro país. No nosso, há muitos problemas para resolver, mas a gente valoriza o povo de verdade e não como massa eleitoral, e detesta mentiras, falsas ideologias,e principalmente a falta de ética e megalomanias presidenciais.
E me desculpe a franqueza. Nunca antes nesse (meu) país, fomos tão acintosamente avacalhados por um presidente. Mas também, nunca antes nesse país, um presidente teve o condão de criar uma massa crítica de descontentes como agora. Sua Pinnochia terá muito o que consertar. Só espero que seus "cordões" não se afrouxem antes da hora.
AFINAL, O QUE QUEREMOS? EDITORIAL ESTADÃO 31/10/2010
Afinal, o que queremos?
Encerra-se hoje a mais longa campanha eleitoral de que se tem notícia no País, e certamente em todo o mundo: oito anos de palanque na obstinada perseguição de um projeto de poder populista assentado sobre o carisma e a popularidade de um presidente que, se por um lado tem um saldo positivo de realizações econômico-sociais a apresentar, por outro lado, desprovido de valores democráticos sólidos, coloca em risco a sustentabilidade de suas próprias realizações na medida em que deliberadamente promove a erosão dos fundamentos institucionais republicanos. Essa é a questão vital sobre a qual deve refletir o eleitor brasileiro, hoje, ao eleger o próximo presidente da República: até onde o lulismo pode levar o Brasil?
Quanto tempo esse sentimento generalizado de que hoje se vive materialmente melhor do que antes resistirá às inevitáveis consequências da voracidade com que o aparelho estatal tem sido privatizado em benefício de interesses sindical-partidários? Tudo o que ambicionamos é o pão dos programas assistenciais e do crédito popular farto e o circo das Copas do Mundo e Olimpíada?
Lamentavelmente, as questões essenciais do País não foram contempladas em profundidade pelo pífio debate político daquela que foi certamente a mais pobre campanha eleitoral, em termos de conteúdo, de que se tem notícia no Brasil. Mais uma conquista para a galeria dos "nunca antes neste país" do presidente Lula, que nessa matéria fez de tudo. Deu a largada oficial para a corrida sucessória, mais de dois anos atrás, ao arrogar-se o direito de escolher sozinho a candidata de seu partido. Deu o tom da campanha, com a imposição da agenda - a comparação entre "nós e eles", entre o "hoje e ontem", entre o "bem e o mal" - e com o mau exemplo de seu destempero verbal.
Uma das consequências mais nefastas dessa despolitização que a era lulo-petista tem imposto ao País como condição para sua perpetuação no poder é o desinteresse - resultante talvez do desencanto -, ou pelo menos a indulgência, com que muitos brasileiros tendem a considerar a realidade política que vivemos. A aqueles que acreditam que podem se refugiar na "neutralidade", o antropólogo Roberto DaMatta se dirigiu em sua coluna dessa semana no Caderno 2: "Você fica neutro quando um presidente da República e um partido que se recusaram a assinar a Constituição e foram contra o Plano Real usam de todos os recursos do Estado que não lhes pertencem para ganhar o jogo? (...) Será que você não enxerga que o exemplo da neutralidade é fatal quando há uma óbvia ressurgência do velho autoritarismo personalista por meio do lulismo, que diz ser a ‘opinião pública’? O que você esperava de uma disputa eleitoral no contexto do governo de um partido dito ideológico, mas marcado por escândalos, aloprados e nepotismo? Você deixaria de tomar partido, mesmo quando o magistrado supremo do Estado vira um mero cabo eleitoral de uma candidata por ele inventada? É válido ser neutro quando o presidente vira dono de uma facção, como disse com precisão habitual FHC? Se o time do governo deve sempre vencer porque tem certeza absoluta de que faz o melhor, pra que eleição?"
Quatro anos atrás, nesta mesma página editorial, dizíamos que "as eleições de hoje são o ponto culminante da mais longa campanha eleitoral de que se tem notícia no Brasil. Desde 1.º de janeiro de 2003, quando assumiu a Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva não deixou, um dia sequer, de se dedicar à campanha para a reeleição. Tudo o que fez, durante seu governo (...) teve por objetivo esticar o mandato por mais quatro anos". Erramos. O horizonte descortinado por Lula era, já então, muito mais amplo. Sua ambição está custando à Nação um preço caríssimo que só poderá ser materialmente aferido mais para a frente. Mas que já se contabiliza em termos éticos, toda vez que o primeiro mandatário do País desmoraliza sua própria investidura e não se dá ao respeito. Mais uma vez, essa semana, no Rio de Janeiro, respondeu com desfaçatez a uma pergunta sobre o uso eleitoral de inaugurações: "Não posso deixar de governar o Brasil por conta das eleições." Ele que, em oito anos no poder, só pensou em eleições!
31 outubro 2010
Sobrou para Emília - Por Guilherme Fiuza
Finalmente o país começa a conhecer sua verdadeira realidade – aquela que cabe nas cartilhas do PT, e pode ser recitada com orgulho pela militância. É a revolução cultural dos companheiros.
Há 20 anos, o jornal “O Planeta Diário” estampava a manchete profética: “Lula quer fazer reforma agrária no Sítio do Picapau Amarelo”.
O dia chegou. Com a bravura revolucionária de um Stédile, o Conselho Nacional de Educação invadiu o famoso sítio de Monteiro Lobato, disposto a acabar com aquele blábláblá literário improdutivo de direita.
O primeiro tiro atingiu em cheio as “Caçadas de Pedrinho”, uma obra tipicamente burguesa que não cabe nas cartilhas petistas. Os conselheiros de Lula entraram decididos a fazer o resgate social de Tia Nastácia – a negra confinada na cozinha por Dona Benta, agente da elite branca.
Com a decisão do Conselho Nacional de Educação de proibir “Caçadas de Pedrinho” nas escolas, a desigualdade social recebe um duro golpe.
A medida deverá ter conseqüências importantes, como evitar que os netos e bisnetos de Tia Nastácia se tornem favelados, à margem da sociedade de consumo. O passo seguinte talvez seja processar Monteiro Lobato por racismo.
Esta será uma medida de execução mais complexa, considerando-se a dificuldade de localizar o dono do Sítio. A esta altura, ele deve estar foragido.
Mas isso é uma questão de tempo. Não há informação que resista aos arapongas da inteligência do PT.
Todo mundo sabe que Monteiro Lobato é o pai de Emília, a boneca falante. Com um interrogatório bem feito, a bonequinha acaba entregando o paradeiro do pai, esse latifundiário racista.
Parabéns ao Conselho Nacional de Educação. E atenção, conselheiros: há outras obras perigosas nesse sítio, como “Reinações de Narizinho” e “A reforma da natureza”. Destruam tudo enquanto é tempo. No Brasil de Lula e Dilma não pode haver mais espaço para esses atentados contra o povo, disfarçados de literatura infanto-juvenil.
Deixem as escolas ensinarem a história do filho do Brasil, a obra-prima do novo Descobrimento. O resto é ideologia burguesa.
Guilherme Fiuza é articulista da revista Época e costuma bater pesado na pouca-vergonha desse governo petista. Ah que bom se se isso mudar a partir de hoje!