O nome "Gran Circo" exprime bem a maneira como penso.
Aparentemente caótico, mas muito planejado, às vezes irônico mas sobretudo divertido.
Não esperem só palhaçadas.
Críticas e manifestações humanas em geral terão lugar garantido no picadeiro.

Agora vamos ver como os domadores e palhaços que moram entre as minhas orelhas irão se comportar!



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13 novembro 2018

Sobre o meio ambiente e a falta de educação do brasileiro

foto by Valter Mello in Parque Centenário - Mogi das Cruzes-SP
De vez em quando, chegam até mim através do grupo Jacutinga de observadores da natureza (facebook), constatações de agressões completamente gratuitas ao meio ambiente e à nossa fauna e flora.
Reputo isso, mais uma vez, ao fato de que somos um povo extremamente mal educado e isso não só do ponto de vista ambiental.
Falar na falência do sistema educacional do Brasil é chover no molhado, mas isso é o resultado do descaso que vem acontecendo há décadas. Infelizmente são poucos os brasileiros que conseguem entender que atitudes contra o ambiente são profundamente desastrosas no médio e longo prazo.
Mas aí eu pergunto:
Por acaso vocês que me leem sabem quantas questões sobre meio ambiente havia no ENEM deste ano?
Resposta: Nenhuma. Mas questões polêmicas, ideológicas e absurdamente além do que se ensina em nossas salas de aula, disso houve dúzias.
Tenho dó do Brasil.

15 outubro 2018

Feliz dia dos professores

Ivan Proles - www.freeimages.com
O que todos os grandes professores parecem ter em comum é o amor por  sua  matéria,  uma  satisfação  óbvia em despertar esse amor em seus alunos, e  uma  capacidade  em convencê-los    de   que   o   que   lhes   está    sendo  ensinado  é  terrivelmente  sério.                    

                                                                               
Epstein
Ainda não sou um professor à altura dos meus mestres, quiçá consiga sê-lo um dia.
Mas não poderia homenagear os meus colegas de docência, sem citar aqueles que me indicaram o caminho para tudo o que tenho conseguido profissionalmente, e de volta à sala de aula como professor.
Embora saiba que nessa lista estarei com certeza, cometendo injustiças, senão por esquecimento mas para manter o texto curto, vão aqui algumas homenagens:
Flora Benatti, minha professora do 1º ano primário, que mostrou-me a descoberta do mundo e o valor da persistência através de um presente, um livro contando as aventuras de Fernão de Magalhães, que movimentou minha imaginação por anos e despertou o meu prazer pela leitura.
Meu padrinho Carlos Pires, tipógrafo, que ao me ensinar a arte da encadernação, trouxe junto a paixão pela preservação de livros duramente garimpados no sebo da única feira livre de então.
Prof. Niquinho, que me iniciou nos conhecimentos musicais, nunca esquecidos e até hoje desenvolvidos como hobby na minha prática do sax.
Jorge Arce meu primeiro gerente na Philips, que quando não entendia algo de minhas explicações sempre me dizia: Valter, explique-me como se eu tivesse 4 anos.
Meu pai, um estranho cruzamento de Geppetto, Prof. Pardal, Dr. Brown (De volta ao futuro), com algumas pitadas de Mandrake; homem que com apenas 6 meses de ensino formal tornou-se um carpinteiro náutico, um esportista que construía suas próprias bicicletas de corrida, mestre pedreiro, técnico em eletrônica, rádio-amador e construtor de seus próprios aparelhos de telecomunicação.
Claro que minha mãe não podia ficar de fora com os seus ensinamentos de como fazer dez coisas ao mesmo tempo, economizar em onze, e ainda ter tempo para multiplicar todo o seu amor e carinho pelos filhos e sobrinhos.
Prof. Rodolpho Mehlmann, Importante educador mogiano, chefe escoteiro, líder religioso e cidadão exemplar, homenageado com vários títulos honorários e patrono da escola que leva seu nome. Foi o cara que me despertou para o aeromodelismo, fotografia, marchetaria, marcenaria, pintura em tecido, além de outras técnicas manuais e industriais.
Prof. Sardinha.  Sob sua influência, formamos um clube de ciências, cujos jalecos envergávamos orgulhosamente trazendo no bolso o símbolo de um átomo com o nome “Inicial clube de ciências”. O objetivo oficial era a prática de laboratório, mas nos inocentes anos 60 nossa missão secreta era o lançamento de foguetes num “campo de provas” nos fundos da escola.
Prof. Felix, um espanhol de sotaque difícil e personalidade ainda pior, mas com um coração de ouro. Me trouxe a paixão pelo chão de fábrica e pela racionalização de métodos, cronoanálise, e ganho de qualidade no relacionamento com os operários.
A lista ainda iria longe não só explorando mais qualidades dos citados, como das dúzias de outros que foram tão importantes quanto. E nem me atrevi a falar do quanto eu tenho aprendido com a prática dos meus colegas de sala de aula a quem rendo as minhas homenagens pelo dia de hoje.
Feliz dia dos professores!

23 junho 2017

Sobre não reconhecer a própria ignorância

Tenho pesquisado sobre Metacognição como uma das bases para o planejamento das minhas aulas para o próximo semestre.

Podemos definir a metacognição como algo além do pensar, ou ainda como um pensar sobre o conhecimento.

E dentre os textos pesquisados, li o trecho abaixo que achei interessante compartilhar:

A ausência de metacognição se conecta à pesquisa realizada em 2003 por Dunning, Johnson, Ehrlinger e Kruger sobre "Por que as pessoas não reconhecem sua própria incompetência" Eles descobriram que "as pessoas tendem felizmente desconhecer a sua incompetência". Falta a elas a "percepção sobre deficiências em suas habilidades intelectuais e sociais".
Eles identificaram esse padrão em vários domínios - de testar, de escrever gramaticalmente, de pensar logicamente, de reconhecer o humor, no conhecimento dos caçadores sobre o armas de fogo, em técnicos de laboratório médico sobre terminologia médica e habilidades de resolução de problemas dentre outros. (págs. 83-84).
Em reumo, dizem eles que "se as pessoas não possuírem habilidades para produzir respostas corretas, elas também são amaldiçoadas com a incapacidade de saber quando suas respostas, ou de qualquer outra pessoa, estão corretas ou erradas" (pág. 85). Esta pesquisa sugere que o aumento das habilidades metacognitivas - para aprender habilidades específicas (e corretas), como reconhecê-las e como praticá-las - é necessária em muitos contextos.

19 março 2017

o brasil contra O Brasil


Nós temos um problema muito mais sério do que vemos nos noticiários e nas redes sociais, e que ninguém se dá conta.  O brasileiro não leva o Brasil a sério.

Hahaha! Qualquer crise vira piada, vira um meme, uma charge, cheios de imaginação. Vira motivo de riso, e fica tudo por isso mesmo. Toda essa criatividade não está servindo para nada!

Começa porque somos uma terra de ninguém. O senso de pertencimento do brasileiro como povo é praticamente zero. Mesmo a meia dúzia de aguerridos militantes de esquerda que poderia chamar isso pra si, grita pelos motivos errados.

O nosso individualismo é congenitamente mal formado. De fato, não somos individualistas, somos uns dependentes precisando de reabilitação. Dependemos do Estado, dependemos de salvadores da pátria, dependemos dos pais dos pobres, dependemos sempre que alguém nos diga o que é melhor pra nós. Não acreditamos que possamos erguer um país por nós mesmos.

E por isso, acabamos elegendo gente desclassificada e sem cidadania alguma para exercer esses papeis. Não pode dar certo!

A nossa janela de percepção do Brasil e do mundo não é transparente

E para piorar só percebemos um mundo ficcional que achamos que é real. A nossa janela de percepção que é imposta pelos meios de comunicação (de A a Z sem exceção) é acreditada como sendo a realidade.   Isso me faz lembrar a "Caverna de Platão". - seja curioso procure saber do que se trata.

A nossa mídia formal abre janelas sequenciais de notícias diversionistas (sempre querendo tirar a nossa atenção do ruim para o pior), amplifica pequenas crises para que pareçam o mais novo apocalipse, planta notícias falsas ou meias verdades, enfim dirige a nossa atenção para aquilo que interessa momentaneamente a elas próprias ou aos interesses que defendem.  Infelizmente agem todo o tempo como Arautos do Caos.

Em paralelo a isso, empresas de publicidade de pesquisa a soldo, usam de todos os artifícios para também plantar "tendências" que a rigor não mereceriam uma linha pela confiabilidade.

E o povo brasileiro bovinamente, com suas "excelentes" habilidades de interpretar textos, e um senso crítico "perfeito" se submete a essas verdades instantâneas e usa as redes sociais para repassar tudo o que ouve ou vê (e não lê), achando que o céu cairá sobre nossas cabeças se o Temer continuar, se o Lula não for reeleito, se a Dilma aprender português, se o juiz isso, a previdência aquilo,
se o Trump...
É algo como se preocupar com as pulgas mas deixar o cachorro morrer de fome.

Hoje nós somos apenas o reflexo embaçado de um povo tutelado por um Estado patrão. Somos a sombra de um projeto falido de socialismo tropical, que em maior ou menor grau vem se arrastando desde Getúlio Vargas ou ainda antes.

A ideia equivocada de que o Estado social durará magicamente para sempre e que é um manancial inesgotável de recursos, continua encantando muitos cegos de informação.  E desse modo aqueles tais pais dos pobres, coronéis, ou simples aproveitadores continuam se locupletando sem limites, cantando o canto das sereias e se eternizando no poder.

Será que não está na hora de repensar o Brasil? 

Será que não está na hora de agir a partir de nossas reais prioridades?
Na minha visão as prioridades do Brasil se constituem em um tripé: Educação, Saúde e Segurança, em que a Educação é a perna que equilibra o sistema.
Só com um sistema educacional de qualidade é que constituiremos verdadeiramente uma nação. Isso só será possível quando restaurarmos uma escola sem vieses partidários, com professores bem formados que saibam sua real função em sala de aula.

É impossível que possamos construir algo sólido com a qualidade do repertório cultural, competências sociais e profissionais, que os nossos jovens apresentam hoje quando deixam os bancos escolares. Mas é possível mudar isso em 3 ou 4 gerações.
Depende da vontade política, mas isso deve ser imposto por nós mesmos. Já vimos isso acontecer em outros países que hoje são potências mundiais econômicas e sociais.

 Só pessoas com uma educação sólida passarão a pensar nas consequências de cada pequeno ato, saberão cuidar do meio ambiente e de sua própria saúde, serão cidadãos mais conscientes, serão produtivos profissionalmente, serão vigilantes e honrarão os seus deveres para com a Pátria.
Cidadãos educados serão cidadãos mais saudáveis onerando menos a saúde pública.

E melhores cidadãos contribuirão para uma sociedade mais segura reduzindo os gastos da segurança pública.

A pergunta que não quer calar é: O que você está fazendo nesse sentido?

14 março 2017

A carência de valores que nos assombra

ilustração por Valter Mello
Ontem pela manhã, acompanhei minha esposa ao médico, exatamente no horário da entrada de um colégio que fica em frente ao local da consulta.

Na falta de algo pra ler, fiquei observando a entrada de alunos por volta de uns 15 a 20 minutos e o que vi não é exatamente um painel elogioso sobre os valores daqueles que são “o futuro da nação”.

Eu estava em uma posição privilegiada para ver os carros que chegavam e como paravam, as interações no desembarque, e a passagem dos alunos pela portaria.
Sem medo de errar, eu digo que menos de 20% dos alunos cumprimentaram o porteiro ao passar por ele.

Ainda menor do que esse percentual, foi o dos alunos que ao descer dos carros dos seus pais, lhes deram um beijo, ou ao menos um “tchau” ou tiveram uma interação mínima. A imensa maioria saiu do carro completamente indiferente a que estava ao volante.

E inversamente proporcional a isso, foi o dos carros parando no meio da rua ou em fila dupla, para não se dar ao trabalho de encostar no meio fio, ainda que haja um bom trecho de calçada livre em frente à portaria exatamente para evitar congestionamento na rua estreita.

Não quero afirmar aqui que essa falta de civilidade seja exatamente culpa da escola, uma vez que tenho a opinião de que educar não é a função primeira de uma instituição de ensino.  Esse tipo de educação deve vir de casa.
Entretanto, imagino que uma escola que pretende formar nossos futuros líderes, cuja mensalidade deve beirar os R$1.000,00 senão mais, e cujos alunos são levados até ela em grandes SUVs e carros nada populares, deveria cuidar da formação também em cidadania e não se preocupar só com o faturamento e com boas notas do ENEM.

Como imaginar que adolescentes que são completamente indiferentes ao porteiro que diariamente cuida de sua segurança, estejam desenvolvendo bons hábitos de urbanidade?

Como imaginar que adolescentes que percebem seus pais apenas como motoristas, talvez até como reflexo de não ver neles os exemplos mínimos de respeito ao próximo, estejam desenvolvendo noção de respeito

Como eu aposto que isso se repete em outras escolas particulares por aí, eu pergunto:  É essa a qualidade dos líderes que estamos desenvolvendo?  São eles que mudarão o Brasil para melhor?

Pobre Brasil!

15 novembro 2016

A PEC 241 não é pecado é penitência

photo by Michael Gaida in Pixabay.com

Você que é contra a PEC 241 já se deu ao trabalho de lê-la?  E mais importante, entendeu?
Eu queria muito não me manifestar sobre a PEC 241 mas é impossível resistir a tantos comentários e tantas opiniões daquela certa turminha barulhenta que se acha detentora do monopólio das virtudes.

Na noite de Domingo eu tomei um Dramin e fiz o esforço supremo de ouvir um debate em que o Lindbergh fazia contorcionismos retóricos para mostrar que a PEC 241 será o fim do Brasil.  
Num primeiro momento eu até achei que ele era só um analfabeto funcional, turbinado com um mandato e repetindo o de sempre. Mas quando eu o ouvi defender que o remédio para o Brasil é aumentar os gastos públicos, eu conclui que o problema dele não é analfabetismo funcional, é ideologia demais e conhecimento econômico de menos!  

Alguém precisa contar para ele que dinheiro não nasce das penas das canetas governamentais.

O texto do encaminhamento explica pontos importantes

A tal PEC não é perfeita, mas é o que dá para ser feito  sem aumentar impostos, o que seria inadmissível.  A lambança já foi feita, e não só pela Dilma e Lula.  Essa tendência esquerdista endêmica corrói o Brasil há décadas. O governo petista só fez piorar.
Chega a ser maçante a tática constante desse pessoal ao deitar falação indignada, apostando que poucos leem e menos ainda entendem o que leram. E assim continuam posando de defensores das melhorias da nossa educação e saúde, sem se dar conta que em 13 anos não fizeram absolutamente nada que contribuísse para alguma melhoria efetiva nessas áreas.
Pensassem de fato no Brasil e nosso lugar nos índices globais estaria hoje muito melhor.

O mais importante na PEC 241 não é o texto da emenda propriamente dito, que é absolutamente técnico.  O lance é ler e entender o texto de encaminhamento da PEC feito por Henrique Meireles e Dyogo Henrique de Oliveira, em que são explicadas as razões, os prós e os contras da medida.
O conjunto não propõe nenhum corte nos investimentos em saúde e educação como apregoam os contrários. Leiam o tópico 21: Lá somente aparece a sugestão de que esses investimentos sejam desindexados da receita fiscal da união, visto que é essa indexação que faz com que em caso de recessão essas áreas sofram com a falta de dinheiro.

A PEC dá poder ao Congresso

Outro ponto muito interessante é o do tópico 25, que desmente as baboseiras que vem sendo ditas sobre “entregar o país”, “desmontar o Estado” e outras sandices do gênero.   Vejam nesse tópico que as decisões relacionadas deixam de ser tomadas autocraticamente pelo Poder Executivo e terão que ser resolvidas pelo Congresso.  Trocando em miúdos isso diz que é o Congresso que terá que priorizar o que vai ser cortado ou não, e tudo considerando as despesas totais (sistemicamente e não individualmente).

Portanto, se houver cortes, a responsabilidade será do Congresso, que terá que justificá-los.

Oh moçadinha do mimimi, parece-me que democracia é isso, né não?   Os congressistas não são os nossos representantes eleitos pelo voto?

Então, o que é que a tal PEC tem assim de tão pecaminoso?  Leiam e entendam antes de emitir opiniões. Não está cortando nada – e isso seria virtuoso – está limitando os gastos. Coisa que o governos passados não souberam fazer.

Como disse o Senador Ricardo Ferraço, que também participava do debate, “a PEC 241 não é o pecado, é a penitência”.  Penitência essa que todos os cidadãos brasileiros terão que pagar pela falta de governança que grassou nos últimos 13 anos.


03 novembro 2016

Por que não invadir hospitais para melhorar a saúde pública?

imagem por Erika Wittlieb em www.pixabay.com
Eu tenho tentado deixar o “Circo das Ideias” um pouco mais leve, ficando sem tocar nesse lixo ideológico, nesse vomitório de asneiras que os walking dead das esquerdas tentam impor ao povo brasileiro.
E desse modo, até agora eu deixei de lado as ocupações das escolas, por entender que muitas vozes coerentes já se manifestaram contra elas.

Mas, não me contive e tenho que me manifestar.  Essas asneiras todas que tem ocupado o plenário do nosso parlamento e essa vocação para defender baderneiros, estão me deixando irritado.

Em primeiro lugar, é preciso lembrar que a Dilma – que Deus a tenha – em uma de suas pataquadas forjou o lema Pátria Educadora para, em seguida, cortar a verba da educação, conforme foi amplamente noticiado no final do ano passado.  E eu não me lembro de ter visto nem ouvido nenhuma invasão de escola para protestar.

E agora a grita é contra um Projeto de Emenda Constitucional, que eu duvido que 1% dos defensores do nosso sistema educacional sequer tenham lido.  E se leram, duvido que tenham entendido, já que nossas escolas se especializaram em formar analfabetos funcionais.

O ponto é que não há um mínimo de lógica em invadir escolas – sim! Invadir e não ocupar – querendo com isso defender o que quer que seja para melhorar o nosso sistema de ensino.  Educação se melhora com aulas e não com a ausência delas.

Por que não invadir hospitais para melhorar a saúde pública?

Levando esse raciocínio torto às últimas consequências, então porque não invadir hospitais para melhorar a saúde pública?   Aliás, tenho uma ideia: Esse pessoal também reclama muito do nosso sistema carcerário. Que tal invadir uns presídios e se trancar por lá?  Seria ótimo, não seria?
Há também a questão dos direitos e responsabilidades dos invasores.  Esses pseudo intelectuais  que defendem que uma minoria baderneira tem o direito de cooptar uns descerebrados de 15 ou 16 anos para fazer o trabalho sujo de tomar prédios públicos e impedir as aulas, deveria também assumir que então a molecada tem idade para assumir qualquer tipo de responsabilidade, inclusive criminal, e portanto são plenamente a favor da redução da maioridade. Ou não?  Daí não vale?  Ou estão agindo como bandidos que são e usando a molecada como escudo?

Fazer com que nossos jovens fossem mal formados era parte da estratégia da nossa inteligentzia ao longo das últimas décadas.  O trabalho foi razoavelmente bem feito uma vez que temos pelo menos duas gerações perdidas, e consequentemente mais algumas décadas até a recuperação.


Mas, felizmente parece que o Brasil está reagindo. 
Eu acho que está mais do que na hora dos alunos de verdade e seus pais, se mobilizarem para fazer valer o direito às aulas.
Ainda há tempo para boas notícias.

16 maio 2011

Legitimar o falar errado é fortalecer o Apartheid social

Eu gosto do Senador Cristovam Buarque. Sua cruzada pela educação às vezes me parece até quixotesca em face aos descalabros e desmandos que temos visto grassar nas escolas brasileiras. Talvez seja uma voz clamando no deserto mas eu espero sinceramente que sua fala ajude a mudar o Brasil.

Vejam o que ele diz à respeito do escândalo do livro aprovado pelo MEC que faz apologia dos erros de português. Ele aproveita e critica a maneira como "criativamente" nós empurramos os nossos problemas sociais para debaixo do tapete.

parte 1
parte 2
parte 3
parte 4







14 maio 2011

Por uma vida melhor? O que podemos esperar do futuro no Brasil.

Para mim foi estarrecedora a notícia vista no JN de ontem sobre o livro aprovado pelo MEC com o título "Por uma vida melhor", que justifica erros de português "como forma de provocar a desenvoltura linguística", segundo uma de suas autoras.
Quer dizer, como o MEC é incompetente para dar um ensino decente aos brasileiros, então abaixa-se o nível e fica tudo certo!

Para que se tenha uma idéia, há uma frase na página 14 do livro (e não deve ser a única) que diz textualmente: "Os livro ilustrado mais interessante estão emprestado" seguido da justificativa desse absurdo num livro didático. Só faltou a ela o descaramento de afirmar que está mudando a língua portuguesa para que a capacidade de comunicação do nosso ex-presidente se torne a regra.

Se vocês não tiveram oportunidade de ler ou ver a notícia, use o link.

Onde será que vamos parar? Com esse tipo de política pública e orientações estapafúrdias, no primeiro mundo é que não é!

Cada vez mais eu vejo brasileiros supostamente escolarizados porém sem traquejo social, sem capacidades mínimas de comunicação, sem nenhum senso de urbanidade; analfabetos não só funcionais como também incapacitados para o mercado de trabalho. E já estamos na segunda geração de cidadãos com essas características.

Como me disse um colega de docência "hoje os cursos de pós-gradução" estão ensinando o que deveria ter sido visto na graduação, que por sua vez está mal e mal cobrindo aquilo que deveria ter sido ensinado no segundo grau".

E como disse um outro colega, os alunos vem para a Faculdade achando que se não "estourarem" em faltas terão aprovação automática como tiveram no ensino público.

Pobre do Brasil sem futuro! Mas não precisamos nos preocupar, teremos trens bala (Jujuba), Copa do Mundo e Olimpíadas. E como Deus é brasileiro, teremos todos um lugar no paraíso - que por acaso é aqui!

04 maio 2010

GINCO 2010

Esta é uma postagem com atraso, afinal a gincana do Colégio Objetivo já acabou há 2 fins de semana. No entanto, embora atrasado eu não poderia deixar de fazer este comentário.
Nestes últimos 2 anos eu tenho participado fazendo cenários para algumas coreografias dando suporte não só as idéias mirabolantes da coreógrafa (campeã!!!!)que é minha filha, mas também porque acho legal participar do evento por acreditar na sua importância para a formação da molecada.
O evento do Objetivo é legal pela forma como é feito congraçando toda a escola em 3 equipes que se esforçam durante um mês para levar à cabo as tarefas que envolvem planejamento, resolução de conflitos, busca de patrocínio, administração dos recursos e do tempo, tudo isso em busca de conquistar o primeiro lugar.
Mas nem só de brincadeiras vive a gincana. Cabos de guerra, guerra de água, patins e pular corda são atividades lúdicas que despertam a garra da molecada, mas tarefas de coleta de alimentos não perecíveis e roupas ganham destaque na pontuação porque faz mais pontos a equipe que mais toneladas recolhe.
Antes, as coreografias que são o ponto alto do último dia, eram compostas pelos próprios alunos, que confeccionavam o figurino, ensaiavam e dançavam, mas o resultado acabava por não acrescentar nada ao aprendizado. Agora contratam coreógrafos e com isso ganham em qualidade e vêem de perto a complexidade de montar um espetáculo com os recursos disponíveis e tempo escasso. E vibram com o comprometimento de cada um e com o resultado visual.
Ah, e tem também o envolvimento dos pais que devem cumprir suas tarefas inclusive dançando.

Mas por que essa babação de ovo sobre uma gincana de um colégio de elite?

Porque sinto muito por não ver esse tipo de acontecimento nas escolas públicas!
No meu tempo de estudante (e nem vou dizer quanto tempo faz) tínhamos um nível educacional altíssimo e era a elite que fazia questão de estudar em escola pública.
Existiam feiras de ciência concorridíssimas, feiras temáticas - eu me lembro até hoje de um ano em que ficamos incumbidos do século XX e fizemos uma enorme mostra tecnológica. Clubes de ciência (quantos foguetes explodimos nos fundos do colégio). As fanfarras e seus concursos.
Havia um genuino envolvimento dos alunos e dos professores.

E agora?
Recentemente vi um vídeo de uma escola da periferia cuja fanfarra só existe por conta do diletantismo e dedicação de um único professor.
E cadê os professores apaixonados? e os alunos interessados?

A instituição da escola no Brasil nunca foi muito realizadora. Sempre foi muito calcada no giz, quadro negro e muito, muito texto. Mas chegou a haver um tempo em que eu pensei que isso estava mudando. Que pena que foi apenas uma bôlha!

Acho que temos que fazer mais do que votar bem. Quem não tem planos para a educação já não deve merecer o nosso voto de cara! Temos também que arregaçar as mangas e resgatar a escola pública antes que não exista mais nada pra recuperar!

14 fevereiro 2010

Cidadania, Civilidade, Comprometimento

Nada mais verdadeiro do que a frase "Estatística é a arte de torturar os números até que eles digam o que queremos".
Outro dia ouvi num Jornal Nacional da vida que as estatísticas feitas pelos Departamentos de Trânsito mostram que "excesso de velocidade" é a infração campeã no Brasil. E basta pesquisar o assunto na Internet que vemos que essa é uma "verdade" que nos enfiam goela abaixo já faz um tempão.

Será mesmo que isso é verdade? Que a maioria dos deseducados motoristas brasileiros é mesmo constituída de pilotos frustrados?

Basta andar por aí de motorista ou de pedestre durante algumas horas para percebermos que há uma enormidade de outras infrações de trânsito que são cometidas impunemente.
Quantos carros estacionados em fila dupla, parados debaixo de placas de "Proibido parar e estacionar", furando sinais vermelhos, parados sobre faixas de pedestres, estacionados na contramão, trafegando na pista da esquerda com velocidade de tartaruga manca, etc... sem nenhum agente de trânsito para ver e multar. Ah! Fica claro porque o excesso de velocidade ganha fácil. Porque é a infração mais fácil de detectar automaticamente.
Não seria o caso de se aumentar o número de agentes na rua e fazer valer as leis de trânsito para todo mundo?
Hoje mesmo, num deslocamento de 30 quilometros eu tive oportunidade de ver pelo menos uma de cada dessas infrações que eu citei acima e nenhum excesso de velocidade.
Eu acho que para que nos tornemos cidadãos melhores a tolerância para essas pequenas infrações deveria ser zero. Talvez não aumentasse a receita mas as punições seriam mais justas.
Outro fator que eu acho importante é que a sinalização seja compatível com a capacidade de fiscalização das autoridades. De que adianta espalhar placas de proibido parar e estacionar por toda a cidade se elas são ignoradas solenemente. E de que adianta multar por excesso de velocidade se não se fiscaliza a formação dos condutores.

Tenho uma opinião de que as escolas de formação de condutores deveriam ser co-responsáveis pelos motoristas que formam durante pelo menos uns dois anos após a habilitação. As escolas deveriam ser "rankeadas" pelo número de pontos acumulados pelos motoristas que formaram.
Acho que seria um caminho bem rápido pra acabar com a corrupção na formação de condutores.
E bem mais efetiva do que essa ridícula obrigação de cursos de formação, aulas de primeiros socorros, e outras baboseiras que só servem para tirar dinheiro do povo.

19 novembro 2009

Impressões sobre o dia

Hoje é véspera de um feriado polêmico (mais um dia de meio trabalho e véspera de um dia de não trabalho e muito oba oba em 700 municípios de nosso Brasil varonil).

E por falar em consciência, será que tem alguém pensando de fato em nossos pobres e deseducados de qualquer raça, cor, ou credo? (conforme reza nossa constituição, não deve haver distinção, né!?)

Falando dos pobres, bolsa esmola não vale. O que vale é educar e tornar produtivo!

E ontem eu ouvi uma notícia sobre a emenda constitucional aprovada que diz que até 2016 todos entre 15 e 17 anos deverão estar na escola. Para cumprir essa meta até 2016 será preciso criar pelo menos 2 mil novas escolas. Ou seja, quase uma por dia.
Será que conseguiremos ganhar medalha de ouro pelo menos nessa corrida até 2016?

Seria muito bom que isso acontecesse porque cada dia que passa eu noto que educação e cidadania ficam cada vez mais difíceis de se encontrar. E isso vem se perpetuando e ouso dizer que a geração que hoje está em sua adolescência já está praticamente perdida em termos educacionais, graças ao nosso sistema falido.

Você que porventura está lendo essa crônica. O que você já fez para melhorar a educação no Brasil?