Na minha opinião, esse tal "novo normal" é mais uma bobagem da mídia, que já se especializou em cunhar sandices. A única coisa que me parece lógica nisso tudo que está acontecendo, é que o isolamento, o medo de que a sua resistência à doença não seja suficiente, o afastamento de gente tóxica, a saudade dos abraços, tudo isso está precipitando algumas mudanças comportamentais que, de resto, iriam acontecer talvez um pouco mais tarde.
Mas, para além disso, há algo interessante acontecendo, sim!
O bairro em que moramos é hoje habitado por prestadores de
serviço, comerciários, um ou outro empresário e seus estabelecimentos, e as
indefectíveis igrejas evangélicas, bairro esse que apesar das mudanças atuais,
nasceu operário, daqueles com botecos onde se reunem os vizinhos (e hoje os
nóias), que ainda tem casas com quintais relativamente grandes, e vizinhas
comadres fofocando em alguns portões ou regando as suas plantas.
É nesse entorno que estou vendo acontecer um retorno a
eventos da minha infância, quando Mogi era uma cidade do interior:
O som da flautinha do amolador de facas; a buzina do
padeiro; a versão motorizada do verdureiro e do vendedor de ovos, agora fazem
parte do dia a dia.
Não vai demorar muito para a bicicleta do peixeiro aparecer
por aqui.
Talvez o novo normal aconteça quando as cadeiras voltarem à calçada nos finais de tarde.
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