O nome "Gran Circo" exprime bem a maneira como penso.
Aparentemente caótico, mas muito planejado, às vezes irônico mas sobretudo divertido.
Não esperem só palhaçadas.
Críticas e manifestações humanas em geral terão lugar garantido no picadeiro.

Agora vamos ver como os domadores e palhaços que moram entre as minhas orelhas irão se comportar!



10 dezembro 2012

O dia do palhaço!

A postagem é curta, mas hoje 10 de Dezembro, se comemora o dia do Palhaço.  Não haveria dia mais apropriado para reabrir o meu Circo!

Minha infância ocorreu na segunda metade dos anos 50, no início da televisão brasileira, e por isso eu vi em preto e branco, os primeiros palhaços televisivos, engraçados e ingênuos, como  Arrelia, o Pimentinha, Carequinha, o eterno Piolim, que transportavam para os estúdios a mesma dinâmica e a mesma improvisação dos picadeiros.

Mas nunca me ocorreu que eu tivesse visto aqueles palhaços em preto e branco. Para mim, todas aquelas palhaçadas eram coloridas, com as mesmas cores vivas dos circos para os quais meus pais me levavam vestido com as roupas de Domingo, e onde, infelizmente em muito menor quantidade, também levei meus filhos.

Por mais que o mundo tenha mudado, por mais que a ingenuidade de muitos desses artistas tenha desaparecido, dando lugar às piadas de duplo sentido ou francamente de mau gosto, como uma forma de adaptação ao meio, ainda há lugar para o riso fácil, para o sapato gigante, para os suspensórios imensos, para o colarinho que esconde todo o pescoço e meia cabeça, para o orgulho de usar um nariz vermelho, para os tombos ensaiados, para os esquetes surreais e as entradas inspiradas, em qualquer pequeno picadeiro escondido em baixo de uma lona surrada.

Os tempos não são mais os mesmos. Há pouco espaço e pouco reconhecimento para os artistas circenses. Estão desaparecendo os ingênuos circos que rodavam pelo interior do Brasil e o humor espontâneo dá lugar aos esquetes sem graça dos programas humorísticos das grandes redes.   

Ainda assim, em qualquer lugar em que se possa montar uma lona, sempre haverá um lugar para esses artistas, a maioria anônimos, que fazem a alegria dos adultos e das crianças.

E ainda que seus rostos sejam tradicionalmente tristes, ainda que intimamente carreguem as angústias de uma vida difícil, é essa persistência, essa força em transformar a luta insana em um sorriso, o que torna as performances desses artistas autênticos ainda mais dignas de aplausos.

Parabéns a todos eles!  O circo não morre, e enquanto houver uma criança, haverá um palhaço disposto a fazê-la sorrir.

crédito da foto: Valter Mello. Foto da coreografia "Allegro ma non troppo" de Chris Renzi, na primeira Talento Mostra de Dança de Mogi das Cruzes em Setembro de 2012

2 comentários:

Carol Prado disse...

Que lindo!! Amei o post! Devia escrever mais vezes meu palhaço favorito! Te amo!
Carol Prado.

Valter Marcelo da Silva Mello disse...
Este comentário foi removido pelo autor.